sábado, 13 de junho de 2009

O drama da pedofilia


Submetida a um terror ao longo de três anos, a B.F.O., de 11 anos, tinha vergonha de encarar a sua mãe. Ela não aguentava mais o sofrimento e se sentia como se também fosse culpada.
Então, no domingo (7), ela escreveu uma carta e pediu a uma amiga que a entregasse a sua mãe. Em um trecho da carta, diz a menina: ‘Desculpe, mãe..., mas eu quero dizer que seu marido é um pedófilo”.
Ela escreveu essa “desculpa” à mãe momentos depois de ter sido violentada mais uma vez pelo padrasto.
Júlio César Farias da Silva, o padrasto, foi preso ontem (11). Está desempregado e vinha obtendo algum dinheiro com a venda de fogos de artifício. Ele morava com a mãe de B.F.O. no bairro da Palestina, em Salvador, Bahia, informa um jornal local, o Correio.
Quando a polícia prendeu Silva, ele estava sob a ameaça de linchamento. “Mata, mata”, gritavam alguns vizinhos.
Até que o teor da carta corresse de boca em boca, Silva era tido no bairro como boa pessoa. Evangélico, ia à igreja todos os dias e sempre estava com uma Bíblia nas mãos. Com os vizinhos, falava com frequência sobre Deus.
Mas as suas conversas com a enteada era outra. B.F.O. contou à polícia que demorou para denunciar o padrasto porque, caso o segredo fosse revelado, ele disse mataria as duas, a filha e a mãe.
A diarista Edna Ferreira Oliveira, 30, a mãe, depois de ter lido a carta na quarta, questionou o marido, e ele teria confirmado que vinha mesmo abusando da enteada.
Na madrugada de quinta, Edna pegou suas duas meninas – a B.F.O. e a outra filha que teve com o Silva – e fugiu para casa de sua mãe. “Temi que ele fizesse alguma coisa com a gente”.
Edna contou tudo para o seu irmão, e este denunciou o abuso à polícia.
Silva permanecerá preso provisoriamente até que a Justiça lhe dê uma sentença.

Blog do jornalista Paulo Lopes

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