A pouco mais de um mês do aniversário do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que completa 19 anos em julho, um levantamento do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) mostra que pouco se tem a comemorar quando o assunto é homicídio dessa camada da população. De acordo com o estudo, o número de homicídios entre crianças e jovens até 19 anos no Estado aumentou 20% entre os anos de 2000 e 2006. Para especialistas, o problema é o uso e tráfico de drogas.
Os dados, obtidos do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Sistema Único de Saúde (SUS), apontam que em 2000 eram registrados em Goiás 18,2 homicídios de crianças e jovens até 19 anos para cada 100 mil habitantes. Seis anos depois, essa mesma taxa passou para 21,8 ocorrências. No País, a taxa saltou de 22,2 ocorrências para 23,1, um aumento de apenas 4%. Apesar do aumento goiano estar acima do registrado na média nacional, a pesquisa aponta que o Estado é o com menor índice dentro do Centro-Oeste, que tem uma média de 22,9 mortes para cada 100 mil habitantes. O local que conta com maior índice na região é o Distrito Federal, onde 26,8 crianças ou adolescentes são mortos para cada grupo de 100 mil habitantes, seguido por Mato Grosso (22,6) e Mato Grosso do Sul (22,1).
Para a titular da Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente (DPCA), Adriana Accorsi, o aumento do homicídio tem um culpado direto: as drogas. “Acho que está a olhos vistos a participação de crianças e adolescentes em questões ilícitas. O fundo é o uso de crack. Ele é o foco. A grande questão é o uso de entorpecentes, que tem de ser mais discutida, porque eles (entorpecentes) estão acabando com a juventude”. A delegada ressalta que a participação dos jovens ocorre como uma espiral. “De vítima, ele passa a infrator e depois volta a ser vítima de novo (no caso do homicídio). Essa é a espiral macabra da criança e do adolescente”.
Ela comenta que em muitos casos a criança é inserida a esse mundo dentro da própria casa. “Na maioria dos casos, essas pessoas, quando crianças, foram vítimas de negligência ou foram induzidas a isso. Quem se envolve no tráfico de drogas, geralmente foi levado por familiares ou foram abandonados de tal forma que foram adotados pelo tráfico”. A delegada ressalta que existem exceções, que geralmente são ligadas a questões passionais ou motivos fúteis.
Outro ponto citado pela delegada é a banalização do crime contra a vida e sua amortização pela Justiça.
A questão se torna mais crítica, o que de certa forma ajuda o aumento de ocorrência, devido à falta de preparo do poder público. “Hoje nós temos apenas a Casa de Eurípedes para fazer tratamento”, diz Adriana. A opinião da delegada é compartilhada pela presidente da Associação dos Conselheiros Tutelares de Goiás, Ana Lídia Fleury. “A questão principal é a falta de políticas públicas que possam protegê-los antes que isso (homicídio) ocorra. Com certeza houve outras agressões antes. Eles continuaram sendo vítimas várias vezes”, diz Lídia.
Já o delegado Jorge Moreira, da Delegacia de Homicídios, diz não acreditar no aumento do número de assassinatos de menores e que outras formas de morte estariam dentro dessa estatística, como acidentes de trânsito, aborto, entre outros. “Este ano só teve um homicídio de criança”, comenta.
Jornal Hoje Notícia
Os dados, obtidos do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Sistema Único de Saúde (SUS), apontam que em 2000 eram registrados em Goiás 18,2 homicídios de crianças e jovens até 19 anos para cada 100 mil habitantes. Seis anos depois, essa mesma taxa passou para 21,8 ocorrências. No País, a taxa saltou de 22,2 ocorrências para 23,1, um aumento de apenas 4%. Apesar do aumento goiano estar acima do registrado na média nacional, a pesquisa aponta que o Estado é o com menor índice dentro do Centro-Oeste, que tem uma média de 22,9 mortes para cada 100 mil habitantes. O local que conta com maior índice na região é o Distrito Federal, onde 26,8 crianças ou adolescentes são mortos para cada grupo de 100 mil habitantes, seguido por Mato Grosso (22,6) e Mato Grosso do Sul (22,1).
Para a titular da Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente (DPCA), Adriana Accorsi, o aumento do homicídio tem um culpado direto: as drogas. “Acho que está a olhos vistos a participação de crianças e adolescentes em questões ilícitas. O fundo é o uso de crack. Ele é o foco. A grande questão é o uso de entorpecentes, que tem de ser mais discutida, porque eles (entorpecentes) estão acabando com a juventude”. A delegada ressalta que a participação dos jovens ocorre como uma espiral. “De vítima, ele passa a infrator e depois volta a ser vítima de novo (no caso do homicídio). Essa é a espiral macabra da criança e do adolescente”.
Ela comenta que em muitos casos a criança é inserida a esse mundo dentro da própria casa. “Na maioria dos casos, essas pessoas, quando crianças, foram vítimas de negligência ou foram induzidas a isso. Quem se envolve no tráfico de drogas, geralmente foi levado por familiares ou foram abandonados de tal forma que foram adotados pelo tráfico”. A delegada ressalta que existem exceções, que geralmente são ligadas a questões passionais ou motivos fúteis.
Outro ponto citado pela delegada é a banalização do crime contra a vida e sua amortização pela Justiça.
A questão se torna mais crítica, o que de certa forma ajuda o aumento de ocorrência, devido à falta de preparo do poder público. “Hoje nós temos apenas a Casa de Eurípedes para fazer tratamento”, diz Adriana. A opinião da delegada é compartilhada pela presidente da Associação dos Conselheiros Tutelares de Goiás, Ana Lídia Fleury. “A questão principal é a falta de políticas públicas que possam protegê-los antes que isso (homicídio) ocorra. Com certeza houve outras agressões antes. Eles continuaram sendo vítimas várias vezes”, diz Lídia.
Já o delegado Jorge Moreira, da Delegacia de Homicídios, diz não acreditar no aumento do número de assassinatos de menores e que outras formas de morte estariam dentro dessa estatística, como acidentes de trânsito, aborto, entre outros. “Este ano só teve um homicídio de criança”, comenta.
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