RIO - Uma pessoa morreu e dez ficaram feridas em um acidente envolvendo um ônibus e um bonde, domingo de manhã, em Santa Teresa. Após ser atingido por um táxi na Rua Paschoal Carlos Magno, o bonde 01, um dos sete veículos leves sobre trilhos (VLTs) que circulam pelo bairro, teve problemas no sistema de freio e começou a descer a ladeira de ré. O ônibus, que subia a rua, tentou desviar, mas os veículos se chocaram na lateral. Andreia de Jesus Resende, de 29 anos, saltou do bonde ainda em movimento e acabou esmagada entre os veículos. Segundo a 7ª DP, o bonde passará por uma perícia técnica nesta segunda-feira.
(Imagens do acidente com bonde que matou uma mulher em Santa Teresa)
Nascida em Paraty, Andreia era professora de história da rede pública de ensino e morava na Tijuca. Entre as vítimas, havia cinco estrangeiros. Segundo a Secretaria municipal de Saúde, dois húngaros e dois italianos foram levados com ferimentos leves para o Hospital Miguel Couto, na Gávea, e receberam alta no fim da tarde.
(Principais testemunhas contam detalhes do acidente)
Graziella Bidini, de 55 anos, também italiana, foi atendida no Hospital Souza Aguiar, com traumatismo craniano leve, contusão no tórax e fratura num dos tornozelos. Ela permanece internada, em observação. Carlos Eduardo Freire Maciel, de 42 anos, e Gilmar Silvério de Castro, de 53, que seria namorado de Andreia, também foram encaminhados para o Souza Aguiar e receberam alta no fim da tarde. Três vítimas foram atendidas pelo Corpo de Bombeiros no local e liberadas. O caso foi registrado na 7ª DP (Santa Teresa). Associação diz que é o segundo acidente em 6 dias, mas governo nega
Em seis dias, esse seria o segundo acidente envolvendo bondes reformados, segundo a Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa (Amast). No último dia 10, o bonde 03, também modernizado, também teria apresentado problemas no freio e batido num ônibus na Rua Almirante Alexandrino.
Fábio Tepedino, diretor de engenharia de transporte da Secretaria estadual de Transportes, não confirma o acidente do dia 10. Segundo ele, houve apenas um pequeno incidente, há cerca de 20 dias, quando um bonde e um ônibus tocaram-se levemente. Ele garante que o sistema antigo de segurança dos bondes, formado por uma manivela ligada a correntes presas nas rodas, é muito inferior ao atual:
- As novas normas de segurança são rigorosíssimas. O sistema de freio atual é muito mais seguro que o antigo. O problema é que o bonde hoje (ontem) tomou uma pancada num trecho perigosíssimo, de ladeira extremamente íngreme. É uma irresponsabilidade falar que, se fosse o freio antigo, o acidente não teria ocorrido. (Leia mais: Moradores de Santa Teresa denunciaram problemas nos bondes meses antes de acidente)
O diretor, porém, admite que o sistema de transporte em Santa Teresa é arriscado, devido ao tráfego intenso de veículos e às ruas estreitas.
- A gente não está inventando um sistema. Ele foi chancelado no mundo todo pelos maiores fabricantes ferroviários. Estamos tendo problemas operacionais, de tráfego. A preocupação é permanente porque a operação em Santa Teresa é complicada. Temos que provocar um encontro com urgência entre os administradores regionais para pensar em soluções para esse problema. Acidente gera protestos no bairro
Após o acidente, ocorrido por volta de 11h, os moradores protestaram com cartazes que traziam frases como "bonde assassino" e "tecnologia assassina". Para a vice-presidente da Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa (Amast), Juçara Braga, os novos bondes, que começaram a ser reformados em 2006 pela empresaT'Trans, do município de Três Rios, são inadequados para circular no bairro:
- Esse sistema de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) não funciona em Santa Teresa pela sinuosidade das ruas. Os bondes precisam melhorar o sistema de frenagem.
Em nota enviada sábado à imprensa, a Amast parecia prever o acidente. "Desde que a reforma começou, a Amast denuncia os erros cometidos, como a descaracterização dos bondes e mudanças impróprias em seu sistema mecânico. Não queremos ser alarmistas, mas, se providências não forem tomadas, novos acidentes vão ocorrer e, talvez, não tão leves quanto esse do dia 10 que, felizmente, não fez vítimas", dizia o texto.
A fatalidade ocorreu justamente quando a Secretaria estadual de Transportes acaba de registrar recorde de passageiros desde 2005. Em julho, circularam nos bondes 68 mil pessoas. Atualmente, a Central Logística, uma empresa estadual, é responsável pela gestão do do sistema de bondes de Santa Teresa. Outros três bondes reformados estão em fase de testes. Dois bondes antigos ainda estão em operação. O veículo envolvido no acidente neste domingo começou a circular há cerca de quatro meses.
(Imagens do acidente com bonde que matou uma mulher em Santa Teresa)
Nascida em Paraty, Andreia era professora de história da rede pública de ensino e morava na Tijuca. Entre as vítimas, havia cinco estrangeiros. Segundo a Secretaria municipal de Saúde, dois húngaros e dois italianos foram levados com ferimentos leves para o Hospital Miguel Couto, na Gávea, e receberam alta no fim da tarde.
(Principais testemunhas contam detalhes do acidente)
Graziella Bidini, de 55 anos, também italiana, foi atendida no Hospital Souza Aguiar, com traumatismo craniano leve, contusão no tórax e fratura num dos tornozelos. Ela permanece internada, em observação. Carlos Eduardo Freire Maciel, de 42 anos, e Gilmar Silvério de Castro, de 53, que seria namorado de Andreia, também foram encaminhados para o Souza Aguiar e receberam alta no fim da tarde. Três vítimas foram atendidas pelo Corpo de Bombeiros no local e liberadas. O caso foi registrado na 7ª DP (Santa Teresa). Associação diz que é o segundo acidente em 6 dias, mas governo nega
Em seis dias, esse seria o segundo acidente envolvendo bondes reformados, segundo a Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa (Amast). No último dia 10, o bonde 03, também modernizado, também teria apresentado problemas no freio e batido num ônibus na Rua Almirante Alexandrino.
Fábio Tepedino, diretor de engenharia de transporte da Secretaria estadual de Transportes, não confirma o acidente do dia 10. Segundo ele, houve apenas um pequeno incidente, há cerca de 20 dias, quando um bonde e um ônibus tocaram-se levemente. Ele garante que o sistema antigo de segurança dos bondes, formado por uma manivela ligada a correntes presas nas rodas, é muito inferior ao atual:
- As novas normas de segurança são rigorosíssimas. O sistema de freio atual é muito mais seguro que o antigo. O problema é que o bonde hoje (ontem) tomou uma pancada num trecho perigosíssimo, de ladeira extremamente íngreme. É uma irresponsabilidade falar que, se fosse o freio antigo, o acidente não teria ocorrido. (Leia mais: Moradores de Santa Teresa denunciaram problemas nos bondes meses antes de acidente)
O diretor, porém, admite que o sistema de transporte em Santa Teresa é arriscado, devido ao tráfego intenso de veículos e às ruas estreitas.
- A gente não está inventando um sistema. Ele foi chancelado no mundo todo pelos maiores fabricantes ferroviários. Estamos tendo problemas operacionais, de tráfego. A preocupação é permanente porque a operação em Santa Teresa é complicada. Temos que provocar um encontro com urgência entre os administradores regionais para pensar em soluções para esse problema. Acidente gera protestos no bairro
Após o acidente, ocorrido por volta de 11h, os moradores protestaram com cartazes que traziam frases como "bonde assassino" e "tecnologia assassina". Para a vice-presidente da Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa (Amast), Juçara Braga, os novos bondes, que começaram a ser reformados em 2006 pela empresaT'Trans, do município de Três Rios, são inadequados para circular no bairro:
- Esse sistema de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) não funciona em Santa Teresa pela sinuosidade das ruas. Os bondes precisam melhorar o sistema de frenagem.
Em nota enviada sábado à imprensa, a Amast parecia prever o acidente. "Desde que a reforma começou, a Amast denuncia os erros cometidos, como a descaracterização dos bondes e mudanças impróprias em seu sistema mecânico. Não queremos ser alarmistas, mas, se providências não forem tomadas, novos acidentes vão ocorrer e, talvez, não tão leves quanto esse do dia 10 que, felizmente, não fez vítimas", dizia o texto.
A fatalidade ocorreu justamente quando a Secretaria estadual de Transportes acaba de registrar recorde de passageiros desde 2005. Em julho, circularam nos bondes 68 mil pessoas. Atualmente, a Central Logística, uma empresa estadual, é responsável pela gestão do do sistema de bondes de Santa Teresa. Outros três bondes reformados estão em fase de testes. Dois bondes antigos ainda estão em operação. O veículo envolvido no acidente neste domingo começou a circular há cerca de quatro meses.
O Globo
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