quarta-feira, 19 de agosto de 2009

'Meu sonho de ser mãe foi por água abaixo', diz paciente que acusa médico de abuso sexual em SP


SÃO PAULO - Uma das mulheres que denunciam o médico Roger Abdelmassih, a empresária Ivanilde Vieira Serebrenic, de 41 anos, ainda sente um aperto no peito quando fala da violência sofrida na clínica de reprodução humana, em 1998. Em entrevista ao jornal 'Diário de S.Paulo', ela conta o que passou. O médico foi preso e aguarda para esta quarta-feira a decisão do Tribunal de Justiça sobre o pedido de liberdade feito por seu advogado. Ele responde pelo crime de estupro .
Na clínica, quem tenta marcar consulta consegue horário para segunda-feira . No Conselho Regional de Medicina foram abertos 51 processos contra Abdelmassih, que pode ter o registro profissional cassado. Todos são de pacientes que relataram abusos . Ele é investigado ainda por manipulação genética .
"No dia da coleta de óvulos fui sedada. Acordei com o doutor Roger ao meu lado, de calça arriada, avental aberto e, eu, com o órgão genital dele nas mãos. Sentei na maca atônita. Ia gritar, mas ele logo se recompôs, pediu calma e sumiu."

Qual foi a sua reação ao sofrer a violência?
Fiquei desesperada. Meus filhos estavam lá, nos óvulos que iam virar embriões, o tratamento estava pago e já me sentia inconscientemente grávida. Mas não voltei mais. Cheguei em casa chorando e disse apenas ao meu marido que senti dor.

Quando seu marido soube?
Quando o procedimento não deu certo. Contei tudo e ele me apoiou. Meu sonho de ser mãe foi por água abaixo. Fiquei desequilibrada, fora de peso e com problemas sexuais. Fiz análise, mas até hoje tenho trauma de médico. Não posso nem sentir cheiro de cânfora.

O doutor Roger tentou assediá-la outras vezes
Quando fui à clínica pela primeira vez ele me aconselhou a retirar as trompas. Na hora de retirar os pontos, o assistente dele me machucou e eu fui reclamar. O doutor Roger me abraçou e tentou me beijar à força. Saí de lá envergonhada e só comentei com uma amiga. Mas continuei o tratamento porque imaginei que fosse apenas um fato isolado.

O que você espera?
Que a justiça seja feita e que outras mulheres violentadas também tenham a coragem de se expor e denunciá-lo.


O Globo

Um comentário:

  1. Não tenho o que comentar.... só sinto nojo... um profundo nojo.

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