quarta-feira, 19 de agosto de 2009

‘Fui violentada pelo dr. Roger quando era eu menor, nos anos 70’


Ela era menor de idade, morava em Campinas (SP) e um dia precisou se consultar com um urologista – estava com crises renais. O ano era 1971 ou 1972. O médico que a atendeu era Roger Abdelmassih em início de carreira. Ele ainda não tinha se especializado em reprodução humana in vitro, mas já era um criminoso sexual, conta a hoje a mulher madura. Na época, ela foi violentada mais de uma vez pelo ‘monstro’, diz.
“Na última vez que abusou de mim ele usou a técnica de sempre. Amarrava as minhas mãos e tapava a minha boca com uma de suas mãos e, com a outra, fazia a festa, me beijava, me lambia, me mordia os seios, passava o pênis pelo meu corpo e tudo mais. Ele me fazia ameaças para que eu não o denunciasse. O monstro já era arrogante e influente. Conhecia muita gente na cidade. Ele deve ter uma recordação minha em sua boca, uma cicatriz nos lábios. Mordê-lo foi a minha única defesa.”
Aquela menina dos anos 70 é hoje uma mulher “com uma dor tatuada na alma”, diz T.C.
À distância, pela imprensa, ela acompanhou a ascensão de Abdelmassih como especialista em reprodução humana em laboratório e sabia que outras mulheres estavam sendo abusadas.
T.C. disse a este blog que por algumas vezes contou a sua história a jornalistas, inclusive para um repórter do Jornal Nacional, mas não obteve credibilidade. Abdelmassih então estava no auge de sua fama. Ele era amigo de gente rica e de artistas, alguns deles globais, como Roberto Carlos, e era considerado uma autoridade médica acima de qualquer suspeita. Uma sumidade em sua área.
“Ao ver o monstro na tv, dando entrevista, eu, amargurada, chorava”, conta ela.
Essa mulher que afirma ter sido uma das primeiras vítimas de Abdelmassih há quase quarenta anos contou a sua história aos promotores do MPE (Ministério Público Estadual) que acompanham as acusações de abuso sexual de mais de 60 ex-pacientes do médico.
Ela não tem como provar a violência que sofreu, como ocorre com a maioria dos crimes sexuais. Além disso, mesmo se houvesse prova, o crime já prescreveu.
Ainda assim os promotores citam o caso dela na denuncia (acusação formal à justiça) como mais um exemplo de que o médico é um criminoso compulsivo e, portanto, tem de continuar preso preventivamente até que seja julgado, para não molestar mais ninguém. Além disso, se for solto, ele poderá fugir do país.
Os advogados do médico protocolaram ontem no TJ (Tribunal de Justiça) de São Paulo pedido para libertá-lo da cela onde foi colocado na segunda (17). Os advogados argumentam que Abdelmassih tem bons antecedentes, é réu primário (portanto, não oferece perigo à sociedade), tem endereço fixo e que permanecerá no país. “Ele é um homem de passado ilibado”, disse o criminalista José Luis Oliveira Lima.
A decisão da Justiça deverá ser anunciada hoje à tarde. O médico parece ter a certeza de que será solto. Tanto que seus funcionários têm agendado consultas de pacientes com ele a partir de segunda-feira (24), informa “O Globo”.
Paulops Weblog

Um comentário:

  1. MARIA DO SOCORRO MELO CORDEIRO TENHO LIDO TODAS AS ACUSAÇÔES SOBRE ESTE MONSTRO CADEIA PRA ELA È O MINIMO QUE SEPODE FAZER POR ELE.

    ResponderExcluir

Verbratec© Desktop.