terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Brasileiras vítimas de estupro receberão auxílio no Suriname


Atendimento será feito por psicóloga e assistentes sociais

Uma equipe formada por duas assistentes sociais e uma psicóloga da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres viaja na tarde desta segunda-feira(4) para o Suriname. O objetivo é examinar as 20 mulheres que afirmam ter sido vítimas de estupro e outras formas de violência sexual durante o ataque contra brasileiros ocorrido em uma região de garimpo no país vizinho. A partir dessas avaliações, serão enviados médicos.
A subsecretária de Enfrentamento à Violência da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Aparecida Gonçalves, disse à Agência Brasil que o trabalho das assistentes sociais e psicólogas é a primeira etapa das atividades.
“Precisamos saber quais são as necessidades e dar o atendimento a essas mulheres. Elas precisam ser avaliadas e conforme cada situação será enviado um médico”, disse a subsecretária. “As vítimas de violência sexual precisam de um acompanhamento psicológico porque o trauma é muito grande.”
Depois dessa primeira avaliação, segundo Aparecida Gonçalves, a secretaria e a Embaixada do Brasil analisarão se será necessário encaminhar médicos para o Suriname. Os médicos, se forem enviados, farão um trabalho de contracepção ao prescrever a pílula do dia seguinte e exames para verificação de aids e outras doenças sexualmente transmissíveis.
Há pouco mais de uma semana, as autoridades do Suriname mantêm o reforço do policiamento na região de Albina (localizada a 150 quilômetros de Paramaribo, capital do Suriname), onde houve o ataque a brasileiros na véspera do Natal e também pelo interior do país vizinho.
No último dia 24, os quilombolas surinameses atacaram brasileiros, chineses e javaneses com agressões físicas, estupros e depredações. Segundo testemunhas, o motivo do ataque foi uma briga entre o surinamês Wilson “Watra” Apensa e o paraense Alisson Oliveira por causa de uma dívida de R$ 4.200. A discussão terminou com a morte de Apensa, que teria motivado a vingança de outros surinamenses. Estima-se que cerca de 80 pessoas participaram dos ataques.
Por determinação da Embaixada do Brasil em Paramaribo, os brasileiros foram retirados da região de Albina. A maioria está hospedada em quatro hotéis na capital do Suriname, alguns foram para casa de amigos e um pequeno grupo retornou ao Brasil. De acordo com relatos, em Paramaribo os brasileiros podem andar pelas ruas e frequentar o comércio, sem ameaças.


Época

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