quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Córneas de doadores de SP diminuem fila de espera em outros estados do Brasil



RN, PA, AC e MA já receberam remessas de SP.
Por causa de oferta, espera por transplante em SP dura uma semana.

Córneas de doadores paulistas estão ajudando brasileiros de outros estados a enxergar melhor. Rio Grande do Norte, Pará, Acre e Maranhão já receberam remessas de São Paulo. O primeiro investimento foi na criação de bancos de olhos. Depois, vieram o treinamento das equipes e o mapeamento dos pacientes para saber quem precisava de cirurgia e onde havia doações.
O resultado veio com o tempo. Desde a virada do ano, o estado de São Paulo zerou a fila de espera para transplante de córnea. Mesmo assim, as equipes de captação continuam trabalhando 24 horas por dia.
“Nós temos uma necessidade de 6 mil transplantes por ano pra manter essa lista zerada”, afirma Luiz Augusto Pereira, coordenador da Central de Transplantes do Estado de São Paulo.
Nas últimas duas semanas, houve excesso de doações e 54 córneas foram enviadas para outros estados, sendo 11 para o Maranhão. “Nós temos uma fila muito grande com relação a receptores de córneas. Nós temos 1.057 pacientes aguardando por um transplante”, diz Silvana Oliveira, coordenadora do Hospital Universitário São Luís.
Em um dos nove bancos de olhos de São Paulo, há menos de uma década as geladeiras em que as córneas ficam guardadas viviam vazias. A fila de espera tinha mais de 5 mil pessoas, que esperavam dois, três anos por uma cirurgia.
Atualmente, entre a indicação médica e o transplante, não demora nem um mês. Este é o tempo de captar e analisar a córnea, escolher o paciente e marcar a cirurgia. De acordo com Denise de Freitas, chefe de oftalmologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), quando o paciente é chamado, ele já está com tudo certo. “Então, em menos de uma semana, é possível fazer um transplante aqui, no estado de São Paulo”, diz a médica.
Foi assim que a analista de processos Rosemeire Vianna voltou a enxergar, depois de anos de sofrimento com uma doença que poderia até levá-la à cegueira. “Hoje, eu consigo enxergar. Não existe coisa mais importante na vida do que você enxergar a cara do seu neném, a cara do seu marido, um sorriso bonito, flores, cores. Tudo é belo, tudo passa a ser só emoção”, descreve.

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G1

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