quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Familiares de Jean Charles marcam 4º aniversário da morte em Londres


Familiares e amigos de Jean Charles de Menezes lembraram nesta quarta-feira, em Londres, o 4º aniversário da morte dele. O brasileiro, de 27 anos, foi assassinado a tiros pelos policiais da Scotland Yard, em 2005, após ser confundido com um homem que teria participado de um ataque frustrado à rede de transportes da capital britânica, no dia anterior. Todos os policiais envolvidos no crime foram inocentados.
O eletricista levou oito tiros, sendo sete na cabeça, dentro de um vagão de metrô, na estação Stockwell, sul de Londres. Nesta quarta-feira, os parentes e amigos do brasileiro inauguraram naquela estação um mosaico com uma foto dele e pediram ajuda para que a homenagem dê lugar, no futuro, a um monumento em memória do jovem.
Vivian Figueiredo, prima de Jean, afirmou que a empresa responsável pela rede de transporte da cidade, a Transportes para Londres (TFL, na sigla em inglês), não respondeu o pedido por um monumento. "É incrível que já tenham passado quatro anos. Achamos que deveria haver algo permanente", disse.
"Quero que ele seja recordado. Quero que todo mundo que passe por este lugar recorde o que aconteceu aqui em 22 de julho de 2005", completou.
Segundo a família, nesta quarta-feira, foi lançado na internet um abaixo-assinado com o nome "Never Forget" ("nunca esquecer", em inglês), em apoio ao projeto. "É um monumento não só para lembrar Jean mas um testamento da luta das pessoas em Londres, da luta pela verdade e pela justiça", disse Assad Rehman, amigo da família.

Crime
O brasileiro Jean Charles foi morto em 22 de julho de 2005, com sete tiros na cabeça, dentro de um vagão de metrô, na estação de Stockwell, ao ser confundido com Hussain Osman, que teria participado de atentados fracassados ao sistema de transportes londrino, duas semanas depois de ataques que deixaram dezenas de mortos e centenas de feridos na capital inglesa.
Policiais vestidos à paisana confundiram Jean Charles com Osman --embora nunca tivessem visto uma foto do terrorista--, o perseguiram nas ruas, entraram com ele em um ônibus e no metrô, onde o mataram dentro de um vagão, na frente de dezenas de passageiros.
Entre os 65 agentes da Scotland Yard que prestaram depoimento na investigação judicial, 49 falaram protegidos por cortinas negras --incluindo os dois agentes que atiraram contra Jean no metrô, identificados apenas como Charlie 2 e Charlie 12. Todos foram absolvidos.

Com Efe e France Presse


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