sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

David Goldman apóia lei contra seqüestros internacionais de menores


Chris Smith, membro veterano do Comitê de Assuntos Estrangeiros, apresentou a proposta “International Child Abduction Prevention Act of 2009

“Nossa casa”.
Essas duas palavras ditas por um menino de 9 anos de idade tornou a batalha de 5 anos, árdua, polêmica, geográfica e política, válida para David Goldman, residente em Tinton Falls, New Jersey. Retornando ao Condado de Monmouth no final de dezembro em companhia de seu filho, Sean, Goldman finalmente ouviu as palavras que tanto esperava.
Ele disse que estava bastante emocionado. “Apenas ouvir ele dizer ‘nossa casa”, disse David com a voz embargada e os olhos lacrimejantes. “Esperei cinco anos para ouvir isso”.
Após o retorno seguro de seu filho, ele disse que atuará com o deputado federal Chris Smith (R-4th Dist.) na aprovação de um projeto de lei que ajudaria pais na mesma situação.
“Ofereço a minha assistência ao congressita Smith sempre que for possível”, disse Goldman durante uma confer6encia de imprensa concedida no escritório de sua advogada. “Ele é um herói. Ele não tinha a obrigação de perder as comemorações de Natal. Ele perdeu seu Natal”.
Na véspera de 25 de dezembro, a Corte Federal Regional no Brasil, onde Sean vivia com seus avós nos últimos 5 anos, determinou que o menino fosse entregue ao seu pai biológico.
Smith, membro veterano do Comitê de Assuntos Estrangeiros, esteve no Brasil em companhia de Goldman desde o recesso de 18 de dezembro, e apresentou a proposta “International Child Abduction Prevention Act of 2009”, que visa acelerar o retorno seguro de crianças aos pais nos Estados Unidos.
Tendo como modelo o “Human Trafficking Act of 2000”, a legislação concederia aos Estados Unidos a autoridade para impor uma série de sanções contra o país que, por ventura, não aderir ao que determina a Convenção de Haia. O projeto de lei também possibilita a criação do posto de “Embaixador-Geral” no Departamento de Estado para auxiliar famílias vítimas de seqüestro internacional de menores, como foi considerado o caso de David nos Estados Unidos.
Quando Sean Goldman tinha 4 anos de idade, sua mãe, Bruna Bianchi, levou o menino no que então seria umas férias de apenas 2 semanas ao Brasil. Mas logo após ter chegado ao Rio de Janeiro, segundo Goldman, ela disse ao marido que o casamento havia acabado e que planejava ficar em seu país de origem. Eventualmente, Bruna divorciou-se de David no Brasil e casou-se novamente, mas morreu de complicações pós parto ano passado, após ter dado à luz a uma menina, Chiara. Os pais e segundo marido de Bruna têm lutado para que Sean permanecesse no Brasil.
Jeff Sagnip, porta-voz do escritório de Smith, disse que Goldman e sua advogada, Patrícia Apy, ajudaram a formular o projeto de lei que estariam dispostos a testemunhar durante as análizes da propósta realizadas no Congresso.
“O plano é seguir até o final com a legislação, pois se não resolver o problema, então, capacitar o Departamento de Estado com alguma ferramenta eficiente”, disse Sagnip.
David disse que ele e o filho encontraram sua residência adornada com enfeites de Natal pelos vizinhos; os primeiros depois que Sean foi levado ao Brasil. O menino imediatamente começou a abrir os presentes que estavam sob a árvore de Natal.
“Ele estava tão feliz. Parece que ele sentia alívio, ele tirou um peso de seus ombros”, disse Goldman.
David sorriu durante a coletiva de imprensa, lotada com representantes da mídia local, nacional e internacional, enquanto descrevia como ele e seu filho de 9 anos estão relacionando-se. Goldman manteve o quarto do menino exatamente como estava no dia da partida ao Brasil para ver se Sean recordava.
“Ele olhou o quarto. Ele olhou em volta e era como se tudo estivesse retornando”, disse David. “Naquele momento, tudo que eu queria, que ele visse seu quarto e que isso trouxesse algo de volta, porque são memórias tão felizes, tão felizes em nossa casa”.
Enquanto isso, advogados da avó materna de Sean disseram que lutarão para que o menino seja ouvido na Corte brasileira. Inicialmente, um juiz da Corte Suprema havia recusado o pedido, entretanto, não emitiu um veredito. A Corte retorna do recesso em fevereiro de 2010.
Apy disse que considera o assunto do retorno do menino acabado e que, quanto à visitação, isso seria um assunto que deverá ser resolvido na justiça norte-americana.
“Não vejo motivos para litigiar com relação à visita, porque ninguém solicitou visitas e ainda não discutimos o assunto”, disse Apy.
A Associação dos Jornalistas Profissionais criticou o canal de TV NBC por transportar David e Sean do Brasil aos EUA em um jato particular. Considerando o fato um exemplo de “jornalismo arranjado”, a entidade disse que o caso prejudica a imagem do canal, que planeja exibir um programa especial de 2 horas de duração relatando a saga vivida pela família Goldman.
Apy defendeu que não houve qualquer “permuta” com a emissora e que ela achou a forma mais segura de trazer Sean aos Estados Unidos, depois dele ter sido traumatizado pela multidão de jornalistas na chegada ao Consulado dos EUA no Rio de Janeiro. Ele disse que o vôo já havia sido marcado quando a família Goldman recebeu o convite.
Leonardo Ferreira

2 comentários:

  1. Gracas a Deus, nao Maria Celia. Esse pai nao merecia ter passado por tudo isso e eu imagino o quanto foi dificil para ele levar seu filho que estava sendo pressionado pelo proprio governo brasileiro na pessoa de Ze Dirceu que e amigo da Tia avo, uma ex terrorista como ele. Tinha gente da pesada pressionando para que ele nao fosse entregue ao pai. Felizmente tudo terminou. E o amor da avo e tanto que ela nem pediu ainda autorizacao para poder visita-lo! O amor dela parece ate que e fingimento. Deveria era ter ido com o garoto para ver se tudo estaria bem com ele e depois voltar. Se nao o fez...

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  2. Li sobre essa ex-terrorista e o porquê do menino não ter sido entregue ao pai.
    Uma vergonha para o nosso país.
    Bem lembrado, não pediram para ver o menino ainda.Melhor para todos porque ele está no período de adaptação e ela com certeza ia atrapalhar, já que não conseguiu o que queria na porta do consulado.
    Nota-se na foto dos dois entrando no avião que o pai foi na frente e o menino o acompanhou normalmente e nem olhou para trás.
    Que sejam felizes, pai e filho juntos.
    Merecem depois de tanto sofrimento!

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