sábado, 2 de janeiro de 2010

Chuvas no Rio de Janeiro: Deslizamento de terra soterra pousada e casas em Angra dos Reis e causa mortes



RIO - Pelo menos 30 pessoas morreram nos deslizamentos de terra em Angra dos Reis, elevando para 51 o número de mortes no estado em consequência das chuvas que castigam o Rio desde quarta-feira. Na Praia do Bananal, na Ilha Grande, já foram resgatados 19 corpos, incluindo uma criança de 4 anos e uma menina de 13 anos. Um deslizamento atingiu a pousada Sankay e casas vizinhas. As informações são do Coronel Pedro Machado, Comandante do Corpo de Bombeiros. De acordo com ele, outros oito foram retirados no Morro do Carioca, no centro da cidade. Também no Morro do Carioca, três corpos foram localizados em uma área de difícil acesso e só poderão ser removidos pela manhã. A estimativa é que o número de mortos na ilha chegue a 50. Foram atendidos no hospital da cidade 59 feridos. Oito deles, em estado grave, tiveram de ser operados.
Em outras áreas do Morro do Carioca e do município as buscas continuaram durante a noite. Mais de 120 homens trabalham nas buscas na praia do Bananal e no Morro. Segundo o secretário de estado de Saúde e Defesa Civil, Sérgio Côrtes, dez sobreviventes foram levados para hospitais de Angra, Rio e São Paulo.
- Entendemos que as pessoas queiram saber notícias, mas ninguém deve vir a Ilha Grande neste momento para não atrapalhar as buscas, pediu o secretário.
Oito corpos foram levados na tarde desta sexta-feira para o Instituto Médico Legal (IML) do Rio, que atenderá os casos que necessitam de identificação. Segundo a nota do governo estadual, os corpos que foram reconhecidos pelos moradores das localidades estão sendo levados para o IML de Angra.
O Diretor do IML do Rio, Frank Perlini, informou que, entre os oito corpos há três adultos homens, três adultos mulheres, um menino de cerca de quatro anos e uma menina de aproximadamente 13 anos. As impressões digitais já foram colhidas e os técnicos aguardam a chegada de parentes para o reconhecimento oficial. O IML montou um esquema especial para receber os corpos e os familiares das vítimas. O auditório e duas salas do prédio estão reservados para esse trabalho, que conta com uma equipe de humanização, com três enfermeiros e dois psicólogos, além de um psiquiatra e quatro assistentes sociais.
De acordo com o governo do estado, mais de 80 bombeiros trabalham no resgate na Praia do Bananal, com o apoio de 20 policiais militares e civis. Ainda não se sabe quantas pessoas continuam sob os escombros. No Morro do Carioca, 40 bombeiros trabalham nas buscas.
O vice-governador e secretário de Obras, Luiz Fernando Pezão, que acompanha os trabalhos em Angra, informou que um estaleiro da região vai mandar equipamento para a Praia do Bananal para auxiliarem na retirada dos escombros.
- É um cenário muito triste. Moradores nos disseram que as casas da praia estavam alugadas para turistas. O resgate hoje (sexta-feira) deve varar a noite - disse o vice-governador.
Pezão também informou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva colocou a Marinha a disposição para ajudar no resgate das vítimas em Ilha Grande. Já o Governo do Estado está apoiando o município de Angra com bombeiros e máquinas para desobstruir estradas e auxiliar resgates pelo município.


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O chefe de Relações Públicas da Defesa Civil de Angra, Francisco Judice, afirmou em entrevista ao Jornal Hoje que uma mulher de 18 anos foi resgatada com vida dos escombros.
No Centro de Angra dos Reis, a Defesa Civil disse que 22 pessoas estão desaparecidas no Morro da Carioca, onde um deslizamento de terras atingiu várias casas. O vice-governador, o secretário estadual de Saúde e Defesa Civil, Sérgio Côrtes, o prefeito Tuca Jordão e o ex-prefeito Fernando Jordão estão acompanhando os trabalhos dos bombeiros no Bananal. Pezão acredita que o número de vítimas pode chegar a 40.

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- A encosta desceu sobre a pousada, que é uma das mais luxuosas da Ilha Grande. O deslizamento ocorreu às 3h30m. A maioria dos hóspedes estava dormindo - disse Fernando Jordão.

Casas e pousadas sob toneladas de lama
Mais de 80 bombeiros participam das buscas, com o apoio de 20 homens das polícias Militar e Civil, além da Marinha. O comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Pedro Machado, disse que ainda não há informação precisa sobre quantas pessoas continuam soterradas, mas as chances de resgatá-las com vida são muito pequenas.
As casas e a pousada estão debaixo de toneladas de lama. Segundo o comandante, o resgate é mais difícil porque não é possível utilizar equipamentos pesados para não correr o risco de o terreno ceder. Os bombeiros fazem um trabalho manual com pás e picaretas. Eles ainda tentam encontrar as vítimas da pousada.

Estado de calamidade pública
O prefeito de Angra decretou estado de calamidade pública no município. A tradicional procissão marítima de Angra, realizada no primeiro dia do ano, foi suspensa por falta de segurança no mar. O prefeito também decretou luto oficial de três dias. Por causa das chuvas, boa parte da Ilha Grande está sem luz. Com isso, os telefones e os sistemas de rádio da ilha estão sem funcionar, dificultando a comunicação com a localidade.
Foram contabilizados 30 grandes deslizamentos e registradas 200 ocorrências. Até a tarde desta sexta-feira, 800 pessoas estavam desalojadas e 30 casas teriam sido completamente destruídas. Outras cem casas foram interditadas. Em Perequê, na divisa com Paraty, houve uma inundação que deixou 634 moradores desalojados.
Por causa de deslizamentos de terra, há bloqueios nos dois sentidos da Rodovia Rio-Santos . A orientação da Polícia Rodoviária Federal é para que os motoristas não se dirijam para a rodovia nem saiam de Parati em direção a São Paulo.

Chuvas começaram na quarta-feira
Segundo o secretário de Governo e Defesa Civil de Angra, Alexandre Soares, informou que o município foi castigado por um grande volume de chuva num curto período de tempo:
- O município foi pego por uma chuva absurda num curto espaço de tempo. Por mais medidas que a prefeitura adotou ao longo dos anos, como contenções de encostas etc, o volume foi muito grande, o que ocasionou diversas ocorrências em Angra dos Reis - disse Soares.
Segundo ele, as chuvas começaram às 15h de quarta-feira e só pararam às 7h desta sexta, mas foram os temporais da madrugada desta sexta que provocaram os deslizamentos na Praia do Bananal e em morros como o da Carioca, da Glória e do Abel.

O Globo

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