Se o recheio do bolo da festa de aniversário do coleguinha tiver um gosto ruim ou não agradar, não é de bom tom fazer careta ou cuspir no prato, muito menos no chão. Mesmo que os docinhos estejam deliciosos, os pequenos convidados não podem e não devem retirar mais de um da bandeja. Comer mais, só quando o garçom retornar para a segunda rodada. A orientação acima não foi feita por uma mãe ou um pai ao filho, mas pela orientadora pedagógica Cinira Estevam aos quase 50 alunos do turno integral do Colégio Renovação, na Zona Sul de São Paulo. Boas maneiras virou, desde o início do ano letivo, disciplina do currículo escolar dessas crianças, que têm entre 6 e 10 anos e estudam em período integral.
“Hoje em dia, as crianças vão para as festas de aniversário sozinhas. É assim que funciona. Os pais deixam os filhos no bufê e só voltam depois para pegá-los. Por isso, pensamos em incluir a festinha no cronograma das aulas de boas maneiras”, observa Cinira.
É na base da conversa, mas com cara de aula, que os pequenos aprendem a como se comportar fora de casa e até dentro dela. Nas situações em que é possível ensinar na prática, a orientadora pedagógica chega a bolar até uma festa de aniversário de mentirinha, mas com bolo, refrigerante e docinhos de verdade. As aulas de boas maneiras incluem ainda como se sentar e comer à mesa, seja em casa ou em um restaurante. A posição dos pratos, talheres, guardanapo e como comer carne, lagosta, ostra e frutas são ensinados por Cinira. “A gente adapta as aulas à realidade das crianças. Elas, por exemplo, não usam copos para vinho”, conta Cinira, que usa a hora do lanche para ensinar aos pequenos. “Eu começo observando para ver qual é a necessidade da turma”, diz.
A orientadora reconhece que esse tipo de ensino entra num campo que pertence aos pais e ao dia-a-dia em família. O problema, justifica ela, é que essas crianças estudam ficam na escola praticamente o dia todo, das 7h às 19h, e só veem os pais no fim do dia e nos fins de semana. “A maioria dos pais gostou porque o pai e a mãe saem muito cedo de casa. Na realidade, os pais não têm tempo mesmo. Eles sabem ensinar, mas não ficam tanto tempo com os filhos e viveciam esses momentos muito pouco”, argumenta.
Apesar de jantar com o filho todos os dias em casa, a bióloga Tereza Brittes, mãe de Guilherme, de 8 anos, conta que encara as aulas de boas maneiras na escola como aliadas no dia-a-dia.
É na base da conversa, mas com cara de aula, que os pequenos aprendem a como se comportar fora de casa e até dentro dela. Nas situações em que é possível ensinar na prática, a orientadora pedagógica chega a bolar até uma festa de aniversário de mentirinha, mas com bolo, refrigerante e docinhos de verdade. As aulas de boas maneiras incluem ainda como se sentar e comer à mesa, seja em casa ou em um restaurante. A posição dos pratos, talheres, guardanapo e como comer carne, lagosta, ostra e frutas são ensinados por Cinira. “A gente adapta as aulas à realidade das crianças. Elas, por exemplo, não usam copos para vinho”, conta Cinira, que usa a hora do lanche para ensinar aos pequenos. “Eu começo observando para ver qual é a necessidade da turma”, diz.
A orientadora reconhece que esse tipo de ensino entra num campo que pertence aos pais e ao dia-a-dia em família. O problema, justifica ela, é que essas crianças estudam ficam na escola praticamente o dia todo, das 7h às 19h, e só veem os pais no fim do dia e nos fins de semana. “A maioria dos pais gostou porque o pai e a mãe saem muito cedo de casa. Na realidade, os pais não têm tempo mesmo. Eles sabem ensinar, mas não ficam tanto tempo com os filhos e viveciam esses momentos muito pouco”, argumenta.
Apesar de jantar com o filho todos os dias em casa, a bióloga Tereza Brittes, mãe de Guilherme, de 8 anos, conta que encara as aulas de boas maneiras na escola como aliadas no dia-a-dia.
“Antes, a gente pegava muito no pé dele por causa da postura ao se sentar. Agora, não cobra mais porque ele mudou”, afirma. “É engraçado porque, às vezes, estamos todos comendo e ele fica cobrando tal comportamento da gente”, conta.
Cronograma
Assim como funciona no ensino de matemática e geografia, as crianças aprendem boas maneiras ao poucos. Ao todo, a orientadora Cinira elaborou um cronograma com dez aulas, que não se limitam a refeições ou festinha de aniversário. Pontualidade e como cumprimentar os coleguinhas e os mais velhos, é um dos assuntos da aula sobre como se comportar fora de casa. Como se vestir e o que se deve ou não fazer no elevador, no shopping, na fila, no cinema, no teatro e na igreja são outros assuntos abordados. “As aulas não têm tempo fixo e são elaboradas de acordo com as necessidades que eu vou identificando”, diz a orietandora, que conta ter lido livros sobre etiqueta antes de começar a dar as aulas.
Dicas
A escritora Celia Ribeiro, autora do livro “Etiqueta na prática para crianças” (ed. L&PM) diz que o ensino de boas maneiras para os pequenos deve obedecer o desenvolvimento físico e intelectual da criança. Segundo ela, é preciso respeitar, por exemplo, se a criança ainda não tem força nem coordenação motora suficientes para segurar um garfo mais pesado. “Os pais precisam ter cuidado para não dizer excessivamente ‘não faça isso’, porque a negação é muito forte para a criança” afirma a escritora. “O ensino deve ser dado sempre com uma justificativa. Quando um pai ou mãe diz ao filho para segurar a faca com a mão direita para cortar o pão, por exemplo, deve explicar que essa é a mão que ele tem mais força. Se for destro, claro”. A escritora Celia Ribeiro encara com bons olhos quando as crianças passa a ser educadoras também em casa. Ela, no entanto, avisa que é para impor limites. “É normal a criança corrigir os pais em casa, mas o ideal é que ela não seja motivada a ficar corrigindo o tempo todo”. O motivo, justifica ela, é evitar que a criança perca o respeito pelos pais e também que não venha a se tornar uma dona da razão.
Dicas
A escritora Celia Ribeiro, autora do livro “Etiqueta na prática para crianças” (ed. L&PM) diz que o ensino de boas maneiras para os pequenos deve obedecer o desenvolvimento físico e intelectual da criança. Segundo ela, é preciso respeitar, por exemplo, se a criança ainda não tem força nem coordenação motora suficientes para segurar um garfo mais pesado. “Os pais precisam ter cuidado para não dizer excessivamente ‘não faça isso’, porque a negação é muito forte para a criança” afirma a escritora. “O ensino deve ser dado sempre com uma justificativa. Quando um pai ou mãe diz ao filho para segurar a faca com a mão direita para cortar o pão, por exemplo, deve explicar que essa é a mão que ele tem mais força. Se for destro, claro”. A escritora Celia Ribeiro encara com bons olhos quando as crianças passa a ser educadoras também em casa. Ela, no entanto, avisa que é para impor limites. “É normal a criança corrigir os pais em casa, mas o ideal é que ela não seja motivada a ficar corrigindo o tempo todo”. O motivo, justifica ela, é evitar que a criança perca o respeito pelos pais e também que não venha a se tornar uma dona da razão.
fonte:G1
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