- Comia só PF (prato feito), coisas baratas.
Na bagagem, Marchon levou uma mochila com dois calções, duas camisetas, uma capa de chuva, barraca e colete salva-vidas. Voltou com algumas fotos e muitas histórias, colecionadas durante estadias em barcos de pescadores que cruzaram seu caminho, casas de desconhecidos ou "quase solitário" no meio do oceano.
- Não teve um só dia em que não tenha encontrado alguma pessoa. Mesmo que fosse num barco distante, sempre cruzei com alguém.
A viagem era um sonho cultivado por mais de 10 anos pelo biólogo. Ele juntou a maior parte do dinheiro em Londres, "lavando pratos" por dois anos, e trabalhando como guia turístico em Porto Seguro. Comprou o caiaque, do tipo oceânico (4,5 metros, com bagageiro), por entre R$ 1.500 e R$ 2 mil - valor não contabilizado no custo da viagem. Partiu em 3 de janeiro de 2008, sem celular, bússola ou GPS, de Vitória rumo ao Oiapoque, na primeira fase do tour litorâneo. O trecho foi completado em 13 de agosto.
Dessa data a 5 de janeiro deste ano, Marchon fez um intervalo para esperar o verão, já que as condições marítimas do período seriam mais favoráveis. A segunda fase da viagem foi entre Vitória e o Chuí. O litoral praticamente ininterrupto a partir de Laguna o convenceu a seguir a pé, deixando o caiaque na cidade catarinense.
De todo o percurso, Marchon considerou o mais perigoso o da costa da Região Norte. No Amapá, conta, onças chegam à beira da praia e avançam contra pescadores. Na Ilha de Marajó, no Pará, piratas armados atacam embarcações e casas de moradores no Estreito de Breves. Por isso, ele preferia pedir um canto para dormir em barcos, o que nem sempre dava certo.
- Uma noite, remei a noite toda no Amapá porque não achei um barco.
Ainda assim, não foi vítima de assalto ou outro tipo de violência uma vez sequer. Sobre os perigos do mar, dava um jeito de trocar ideias com os pescadores.
-Eles conhecem muita coisa. Parecem geólogos, biólogos. Os caras que moram há 30 anos em um lugar sabem o que muda (no mar) e quando muda.
Segunda tentativa
Essa não foi a primeira viagem de caiaque do biólogo pelo litoral brasileiro. Em 2004, ele foi de Vitória a Florianópolis. Foi uma viagem ainda mais econômica: saiu de casa com R$ 300 para dois meses, isto é, disposto a gastar R$ 5 por dia. No meio do caminho, porém, teve de ligar para os pais e pedir dinheiro. Os R$ 400 que recebeu não foram suficientes para terminar a viagem. Para voltar a Vitória, teve que solicitar ajuda de catarinenses para pagar a passagem de ônibus.
O Globo On Line
ACHO QUE O GOVERNO DEVERIA DISPOR DE VERBAS PARA ESTAS PESSOAS QUE SAO VERDADEIROS HEROIS, POIS ESTUDARAM E LUTAM PARA QUE O PLANETA CONTINUE VIVO.
ResponderExcluirIEDA ELENA SCARTON
CARAZINHO RS