sábado, 9 de maio de 2009

DF: Preconceito reina nas salas de aula


De acordo com a publicação Revelando tramas, descobrindo segredos: violência e convivência nas escolas, da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla) e da Secretaria de Educação do Distrito Federal, os alunos da rede pública foram reprovados nas lições de tolerância. O preconceito é generalizado em salas de aula das escolas desde a 5ª série do ensino fundamental até o terceiro ano do ensino médio. A discriminação existe contra homossexuais, alunos com dinheiro, quem têm tatuagem, os mais fortes e até contra negros. As pessoas mais rejeitadas, no entanto, são as que têm qualquer relação com a violência. Quando perguntados sobre com quais pessoas não seria interessante dividir a sala de aula, quase 60% dos estudantes apontaram usuários de drogas. Já os mais temidos pelos professores foram os que fazem parte de gangues, com 44% das respostas. O professor da Universidade de Brasília (UnB), Célio da Cunha, afirma que o preconceito não é mais racial, é muito maior, trata-se de preconceito social. “É fundamental uma mudança de pensamento, de mentalidade. Até porque as diferenças formam a base da democracia”, completa. Qualquer um que não se encaixe no padrão estipulado pela juventude do lugar sofre na pele o problema. Entre os que não são bem vindos na sala de aula, os alunos destacaram, por exemplo, pessoas com HIV/Aids. Quase 20% dos estudantes não os querem como colegas. Número próximo aos que não gostariam de se relacionar com fanáticos religiosos. Segundo a socióloga da Ritla, Miriam Abramovay, responsável pela pesquisa sobre violência feita com mais de 10 mil alunos e 1,5 mil professores, a maior incidência de intolerância nas redações escritas pelos estudantes e grupos focais tinha como vítimas os homossexuais. Conforme o chefe da Assessoria de Promoção da Cidadania da Secretaria de Educação, Atílio Mazzoleni, no fim deste mês o governo irá inaugurar um curso de 640 horas para quase 700 docentes da rede pública. “Nele, vamos trabalhar fortemente o combate à discriminação. Afinal, ela é uma das indutoras da violência”, explica.

[Correio Braziliense (DF), Erika Klingl – 08/05/2009]
Fonte: Andi- Agência de Notícias dos Direitos da Infância

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