Pesquisa revela que maioria da população nunca ouviu falar do linfoma, quinto tipo de câncer mais frequente no mundo
Tanto a ministra Dilma Rousseff como a autora de telenovelas Glória Perez foram recentemente diagnosticadas com linfoma. De acordo com o médico Celso Massumoto, hematologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, essa doença pode ocorrer em qualquer faixa etária. "É mais comum na idade adulta jovem, dos 15 aos 40 anos, atingindo maior freqüência entre 25 a 30 anos", diz.
Quando um paciente com linfoma não-Hodgkin agressivo – o mesmo que atingiu ambas – é diagnosticado precocemente, a chance de cura chega a 95%. Isto porque, apesar de se tratar de um câncer severo, os avanços da medicina proporcionam tratamento complementar à quimioterapia, com uma droga inteligente, chamada de terapia-alvo que age diretamente na célula tumoral.
Quando não proporciona a cura, o tratamento permite que o paciente conviva com a doença, mantendo a qualidade de vida. Estatísticas apontam que o linfoma não-Hodgkin afeta 1,5 milhão de pessoas em todo mundo.
Entenda o linfoma
O sistema linfático é responsável pelas defesas do corpo. Ele é formado por gânglios ou linfonodos que produzem as células de defesa do organismo (linfócitos). O linfoma é um tipo de câncer no qual há uma proliferação desordenada dos linfócitos.O tumor pode começar em várias partes do corpo, como abdômen, virilha, pélvis, axilas e pescoço.
Estudos científicos recentes mostram um novo caminho para o tratamento da doença. Considerado um marco no tratamento dos linfomas, um estudo com sete anos de seguimento no tratamento de pacientes com linfoma aponta que mais pacientes estão vivos devido à eficácia do tratamento com o anticorpo monoclonal rituximabe, que é associado à quimioterapia. A terapia é conhecida como R-CHOP (rituximabe + quimioterapia).
O resultado destaca o impacto que o medicamento proporciona aos pacientes com linfoma agressivo, comprovando que um maior número de portadores da doença tratados com esse medicamento consegue estabilizar a doença por até sete anos, se comparado apenas ao tratamento quimioterápico.
Com isto, além de poder oferecer aos pacientes maiores chances de cura com melhor qualidade de vida, possui boa tolerabilidade, não se observando os efeitos colaterais frequentes da quimioterapia (queda de cabelo, efeitos tóxicos no coração, rins, entre outros.)
Desafios além da Medicina
Apesar de todos os avanços terapêuticos, existem outros desafios no combate à doença: o desconhecimento sobre o linfoma e a dificuldade para a realização do diagnóstico precoce. Pesquisas apontam que mais da metade dos brasileiros (66%) nunca ouviu falar do linfoma, que é o quinto tipo de câncer mais freqüente no mundo. Um dado ainda mais preocupante é que 89% dos que mencionaram ter ouvido falar dos linfomas (34%), desconhecem os sintomas da doença.
A pesquisa, encomendada pelo Laboratório Roche e que foi cedida para a Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, ouviu no ano passado 910 pessoas em 10 capitais, atingindo todas as cinco regiões do País. O objetivo principal foi avaliar o conhecimento dos brasileiros para um tipo de câncer que cresce aceleradamente no Brasil e no mundo a cada ano.
Ao contrário do que mostram os números em diversos países, 67% dos entrevistados acreditam que a leucemia é mais freqüente do que os linfomas.
Outro dado importante apresentado na pesquisa é que 32% dos entrevistados gostariam de obter mais informações sobre o que são os linfomas, 24% sobre os sintomas e 21%, as causas. Além disso, apenas 3% disseram que procurariam o hematologista para tratar a doença e 35% não saberiam quem procurar neste caso.
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