O episodio envolvendo o Exercito brasileiro em ações de segurança pública no Rio de Janeiro mostram o quadro crítico que o Brasil está vivendo. A violência está inserida no dia-a-dia do brasileiro e presente em todas as esferas sociais. Não agindo de forma discriminada, mas sim, democrática, isto é, as várias formas de violência democratizam a realidade social brasileira.Se outrora apenas a favela era sinônimo de violência, no presente condomínios de luxo, bairros nobres e casas noturnas freqüentadas por filhos de pais abastados, são também referência do cotidiano violento. Esse novo quadro permite aos pesquisadores da violência abortarem parcialmente algumas variáveis que até bem pouco tempo eram as únicas que explicavam a motivação da violência.A variável crise social foi por muito tempo aceita como a única motivadora da violência. O raciocínio era simplista, ou seja, se temos desemprego e uma má distribuição de renda temos necessariamente práticas violentas no cotidiano social. Uma outra variável que também explica de modo simplista a prática violenta é a ausência do Estado no combate à criminalidade. Essa ausência do Estado gera a impunidade dos transgressores da lei.Será que um indivíduo assalta apenas por está passando por necessidade financeira? Se a resposta é sim, como explicamos assaltos praticados por integrantes da classe média e rica brasileira, principalmente no âmbito de assaltos a carros e tráfico de drogas? Será que agressões físicas só ocorrem no interior de favelas, onde estas agressões são motivadas por alcoolismo, jogos de azar, disputa amorosa ou má educação? Se a conclusão é sim, como podemos explicar as agressões promovidas por pessoas abastadas na saída de uma casa noturna, onde uma pessoa é brutalmente espancada? Será que pura e simplesmente a presença do Estado (força policial) em bairros de baixa renda acabará com as práticas violentas neste território? Será que o desenvolvimento de políticas públicas no âmbito da geração de emprego e renda proporciona o fim das ações violentas? Será que a ação policial voltada basicamente para bairros de baixa renda permite um combate eficaz ao tráfico de drogas e consequentemente da violência?No que concerne à defesa de uma maior presença do Estado (força policial) no cotidiano da sociedade e especialmente em bairros de baixa renda deixamos de analisar uma variável complicada. Ao mesmo tempo em que cobramos uma maior presença do Estado não podemos deixar de evidenciar que as instituições estatais brasileiras estão parcialmente contaminadas por indivíduos que pregam a aplicação das leis, mas as transgridem através de práticas criminais, as quais são escondidas pelas próprias instituições de que fazem parte. Os transgressores da lei estão por todas as partes, inclusive no Estado, democratizando de forma rápida as práticas de violência em nossa sociedade.
Fonte: Portal Amazonia.com
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