quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Assentados ajudam a preservar quelônios na Amazônia


MANAUS - Assentados do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Parintins, no Amazonas, mostram que é possível ter reforma agrária na Amazônia sem degradar o meio ambiente. Homens e mulheres da Vila Amazônia, por meio do Incra, firmaram parceria com os gestores do Projeto Pé-de-Pincha. Eles estão ajudando a preservação de quelônios na região, especialmente o tracajá. No assentamento, várias comunidades estão envolvidas com esse trabalho, milhares de filhotes já foram devolvidos à natureza.
O assentado Priscilo Sá da Silva, de 28 anos, da comunidade de Santa Maria do Murituba, garante que trabalha com prazer no projeto há mais de cinco anos e se sente realizado cada vez que os filhotes são devolvidos ao rio e à natureza.
- É um momento legal, mas dá tristeza ver os bichinhos indo embora depois de quatro ou cinco meses de convivência, cuidando e alimentando os filhotes. Mas, esse é o nosso dever com a natureza - diz.
Satisfeito com os resultados positivos do trabalho, Priscilo conta que a última devolução dos filhotes ocorreu em maio.
- O ano passado, nós conseguimos colocar no rio 750 filhotes. Este ano a produção foi maior e conseguimos devolver para a natureza 1.158 filhotes e esperamos com trabalho e dedicação ultrapassar essa marca no próximo ano - diz.
O Projeto Pé-Pincha é coordenado pelo Ibama, com apoio do Incra e da comunidade. Na época da desova, os assentados das comunidades envolvidas no projeto percorrem as praias, que chamam de tabuleiro, recolhem os ovos, colocam num berçário, com todos os ingredientes naturais e esperam a eclosão que ocorre em torno de 120 dias. A partir daí, os cuidados são com os filhotes que após quatro ou cinco meses são levados ao rio.
O projeto tem o objetivo de ajudar na preservar a natureza, especialmente os quelônios, não apenas para aumentar a população nos rios, mas para ensinar manejo e orientação de projetos para a criação em cativeiro com fins comerciais.



O Globo

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