segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Dançar é ótimo também para o coração


Muitos cardiologistas hoje dão um conselho que pode parecer inusitado aos seus pacientes: dance.

É que dançar, além de fazer bem para a cabeça e para a alma, tem se mostrado uma ótima forma para cuidar da saúde do coração. Tanto é que, nos Estados Unidos, foi instituído o Dia Nacional da Dança para a Saúde do Coração. É comemorado no último final de semana de fevereiro, o Mês do Coração para os norte-americanos.
Estudos mostram que os benefícios da dança podem ser tão grandes, ou mesmo maiores, do que os exercícios aeróbicos tradicionais. E, para grande parte das pessoas, é uma forma mais divertida de cuidar da saúde.
Um estudo feito por médicos na Itália verificou que pessoas com insuficiência cardíaca que começaram a dançar valsa tiveram melhoras na saúde do coração, na capacidade respiratória e na qualidade de vida maiores do que as obtidas por pacientes que se exercitavam na bicicleta ou na esteira. Os “dançarinos” também tiveram resultados ligeiramente melhores do que os praticantes de exercícios tradicionais na qualidade do sono, no humor e na vida sexual.
Qualquer atividade física regular traz benefícios para a saúde do coração. A maior dificuldade é fazer com que o paciente não largue o programa de exercícios. Segundo os pesquisadores italianos, a aderência à dança é bem maior, uma vantagem por si só.
Mas não é apenas isso. No estudo feito pelos médicos italianos, as pessoas que praticaram dança aumentaram a capacidade respiratória em 18%. No grupo que praticou atividades aeróbicas tradicionais, esse aumento foi de 16%.
A dança também se mostrou ligeiramente melhor para o condicionamento cardiovascular – que aumentou 19% no grupo de dançarinos, contra 18% no exercício tradicional – e na força muscular, que teve um aumento de 21% com a prática da dança e 20% com as outras atividades.
O estudo foi coordenado por Romualdo Belardinelli, professor de cardiologia da Università Politecnica delle Marche e diretor da reabilitação cardíaca do Instituto do Coração Lancisi, em Ancona, na Itália.
Participaram da pesquisa 110 pessoas com insuficiência cardíaca crônica. Os participantes foram divididos aleatoriamente em dois grupos: um para seguir um programa de exercícios aeróbicos tradicionais, na esteira e na bicicleta, e outro em um programa de dança que alternava cinco minutos de valsa lenta e três minutos de valsas rápidas, em um total de 21 minutos de prática.
Os dois grupos realizaram as atividades três vezes por semana, durante oito semanas.

OUTROS BENEFÍCIOS DA DANÇA
Dançar promove maior alongamento muscular e flexibilidade das articulações. Além dos exercícios de alongamento que normalmente são feitos no início de toda aula de dança, a maior parte dos estilos inclui movimentos de extensão de braços, pernas e tronco.
Na dança, os músculos têm que trabalhar para sustentar o corpo, e a força muscular é adquirida por meio do trabalho de resistência ao próprio peso corporal. Além de aumentar a massa muscular, melhora o equilíbrio.
Como outras atividades físicas aeróbicas, a dança aumenta a resistência e a capacidade cardiorrespiratória.
Por ser extremamente prazerosa e promover a socialização, a dança contribui para aumentar o bem-estar, a qualidade de vida e a auto-estima dos praticantes. É também uma poderosa aliada para reduzir o estresse.

Iara Biderman



Terra Notícias

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