sexta-feira, 5 de junho de 2009

Andar, falar e amar: o desenvolvimento da criança nos primeiros anos de vida - I

Como os pais podem ajudar no desenvolvimento dos filhos? Descubra

Três verbos que estão entre as mais importantes aquisições nos primeiros anos da vida de nossos filhos. Ao ficar em pé e se deslocar, uma infinidade de possibilidades se abre à criança. Ela não precisa de ninguém mais para ir e muitas vezes alcançar (quase tudo) o que quer. Ao dizer as primeiras palavras, inicia uma nova forma de comunicação com o que a cerca. Ao amar, ela aprende a se relacionar, a estabelecer vínculos. A aquisição do andar e do falar ocorre naturalmente, conforme os bebês se desenvolvem. Mas é claro que nós, pais, podemos ajudar. Como? Colocando afeto e espontaneidade no dia a dia. Podemos dar a papinha de olho na TV ou contando à criança o que ela está saboreando. Bem diferente, não? Já amar, seu filho aprenderá se for amado. Como diz o filósofo André Comte-Sponville, “como alguém que nunca foi amado saberia o que é o amor?”

Andar
A relação de amor e confiança com os pais é o pilar que motiva o bebê a se colocar em pé e caminhar

Quando o seu filho dá os primeiros passos em sua direção não é só porque o corpo dele está preparado para isso – é, principalmente, por amor a você. A confiança e o carinho que os pais têm pelo bebê o motivam a vencer desafios. A criança não anda de forma automática, ela o faz porque alguém espera isso dela, a chama para que se levante e caminhe.
A relação com os adultos que a cercam começa a ser construída mesmo antes do nascimento, quando ela ainda está sendo gerada. E é esta interação que será fundamental para seu bom desenvolvimento. É por meio do toque, do gesto de carinho e também da fala que você e seu bebê se comunicam, dentro ou fora do útero.
Ao ser amamentado, o recém-nascido sente os batimentos cardíacos da mãe, ouve as palavras de carinho que ela balbucia, as canções de ninar... Percebe que é acolhido e amado. Não se trata apenas de um ato mecânico, o de alimentar. Nesse momento, uma relação de confiança começa a ser estabelecida. E é esse vínculo que será decisivo a cada etapa que a criança (e os pais) tiver que superar.

Estímulos e espaço físico
Há algumas maneiras de os pais ajudarem seu filho a começar a andar. Em primeiro lugar é preciso oferecer a ele um espaço adequado. Você pode, por exemplo, se colocar a um metro da criança e chamá-la. Ela irá se esforçar para chegar até você. Outra maneira é usar brinquedos. Afaste-os para que ela, aos poucos, tente pegá-los.
A posição ereta e os primeiros passos significam um novo mundo para o bebê. A capacidade de locomoção o leva a se arriscar – é aí também que a atenção dos pais será decisiva. Se seu filho tropeçar ou derrubar algo, alerte-o de forma carinhosa. Broncas agressivas ou impacientes podem retrair a criança e até atrasar seu desenvolvimento motor.
Dizer que a criança começa a andar com 1 ano é apenas um parâmetro. “O que os pediatras consideram normal para cada fase etária pode variar muito. Depende da genética da criança, do meio em que ela vive e, principalmente, o quanto de carinho e estímulo que ela recebe”, afirma Maria Amparo Martinez, pediatra do Hospital Santa Catarina (SP). E carinho não só dos pais, mas de todos que a cercam, seja os avós ou a babá. Além de encorajar o filho, os pais devem estar ao lado quando ele se desequilibrar e sair em busca de consolo.
Não pense que é preciso seguir alguma receita mirabolante para garantir que a criança se desenvolva normalmente. Os pequenos gestos do dia a dia são as melhores oportunidades para expressar o amor ao filho e, assim, ajudá-lo nesse processo contínuo de crescimento. Até mesmo a troca de fraldas pode ser uma ótima chance para brincar, fazer cócegas e arrancar risadas gostosas.


Por Bia Reis, Daniella Cornachione e Eduardo Zanelato

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