segunda-feira, 1 de junho de 2009

Surdos fazem passeata em Curitiba em defesa de direitos na educação

Entre as principais reivindicações estão a contratação de professores surdos e intérpretes de Libras para todas as escolas do estado, além do ensino da linguagem de sinais nos colégios onde estudam alunos surdos

Um grupo de surdos, professores e familiares realizou na manhã desta segunda-feira (1º) uma passeata pelas ruas do Centro e do Centro Cívico de Curitiba em um protesto em defesa dos direitos dos deficientes auditivos na educação pública do Paraná. De acordo com a Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis), mais de 500 pessoas estariam participando do movimento, que foi encerrado no fim da manhã em frente ao Palácio das Araucárias, sede do governo estadual. A Polícia Militar informa não ter estimativa do número de participantes.
Entre as principais reivindicações do grupo estão a contratação imediata de professores surdos e intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras) para atuarem em todas as escolas do estado; o ensino de Libras nos cursos de formação de professores, em universidade públicas e privadas; além do ensino de Libras nas escolas onde estudam alunos surdos.
Segundo Iraci Suzin, diretora administrativa da Feneis-PR, o protesto é pacífico. “Estamos apenas pedindo o cumprimento de determinações que já estão previstas em lei”, diz. O Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), que acompanha a passeata, informou por volta das 10h30 que o movimento não chegava a afetar o tráfego de veículos. A polícia não tinha uma estimativa de quantas pessoas integravam a passeata.
Grupos de outras regionais do Paraná, como Foz do Iguaçu e Guarapuava, participam da manifestação. No Centro Cívico, o grupo pretende fazer protestos em frente à sede da prefeitura de Curitiba, da Assembleia Legislativa e do Palácio das Araucárias, para chamar a atenção das autoridades para as reivindicações.
Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Educação (Seed) informou que Angelina Carmela, chefe do departamento de educação especial da pasta, estaria no local da passeata para conversar com os manifestantes. Angelina não atendeu às ligações da reportagem para o celular dela durante a manhã.
Já a assessoria de imprensa da secretaria municipal de educação informou que dispõe de programa de formação de professores em linguagem de sinais, além de cursos de capacitação em Libras em atividades do programa Comunidade Escola, voltada para profissionais de educação, além de familiares de surdos e a comunidade em geral.
Segundo a prefeitura, embora não tenha sido feito um agendamento prévio de uma reunião entre os manifestantes e a administração municipal, a secretaria de governo da prefeitura recebeu uma comissão do grupo por volta do meio-dia. As reivindicações foram recebidas pelo diretor da secretria, Eduardo Aichinger, que as repassará à assessoria especial de assistência à pessoa com deficiência


Gazeta do Povo

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