sábado, 6 de junho de 2009

Ministério Público pede que filhos de sequestradores sejam abrigados longe da família

A promotora da Vara da Infância na Comarca de Balneário Piçarras, no Litoral Norte de Santa Catarina, Viviane Damiani Valcanaia, enviou um pedido à Justiça nesta sexta-feira para que os filhos de dois casais envolvidos no sequestro de Benta Pivatto, 43 anos, e do filho Igor, de 3 anos, nesta semana em Penha, sejam abrigados fora do ambiente familiar.
Segundo a promotora, o agravante para o pedido de afastamento das crianças de todos os familiares foi um vídeo apreendido pela polícia e exibido na quinta-feira pelo Jornal da Globo. O conteúdo também foi publicado nas versões online dos jornais do Grupo RBS.
Nas imagens, o sequestrador foragido, Rafael, ensina técnicas de assalto e agressão ao filho de quatro anos e à sobrinha de três. A menina aparece no vídeo caseiro com uma arma de brinquedo em punho e é orientada pelo tio sobre como dar uma coronhada na cabeça de uma boneca.
As imagens foram gravadas pela mãe do garoto e mulher de Rafael, Viviane Stem, que está presa sob suspeita de participação no sequestro da família Pivatto, de Navegantes, ocorrido na segunda-feira. A menina de três anos é filha de Christiane Stem, presa suspeita do mesmo crime e irmã de Viviane.
O pai da menina é Adriano da Silva Fialho, o outro procurado pela Divisão Antissequestro da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic). Desde a prisão das irmãs Viviane e Christiane, junto com a mãe, Sulimar Evaristo Stem, na noite de quarta-feira, as duas crianças estavam abrigadas na casa de parentes.
Mas a promotora Viviane Valcanaia diz que, além do ambiente nocivo em que as crianças vivem, conforme revela o vídeo, a situação dos pais foragidos e das mães presas poderia envolver o menino e a menina em uma situação de confronto com a polícia, como um tiroteio, colocando em risco a vida das crianças.
— As imagens das crianças sendo instruídas para o crime são chocantes, horríveis e nos motivam a dar início a uma ação pedindo a destituição de poder familiar — afirmou a promotora da comarca.
Viviane Valcanaia esclareceu que esta ação pode levar as crianças à guarda de outros familiares, se aptos perante a Justiça, ou ao encaminhamento para adoção. A Justiça ainda não ainda não se pronunciou sobre o destino das crianças.


Sicilia Vechi


Diário Catarinense

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