Ré confessa do assassinato dos pais está presa em Tremembé, no interior de São Paulo
A Promotoria das Execuções Criminais de Taubaté, no interior paulista, solicitou ontem à Justiça a abertura de investigação sobre a autenticidade de um perfil criado no site de relacionamento Twitter em nome de Suzane von Richthofen — condenada a 38 anos de prisão pelo assassinato dos pais, em outubro de 2002.
A investigação deverá ser conduzida pela Corregedoria dos Presídios de São Paulo, sob a supervisão da juíza Suely Zeraick Oliveira Armani de Menezes, da 1ª Vara das Execuções Criminais de Taubaté, a mesma que analisa o pedido de progressão de pena (do fechado para o semiaberto) feito pelos advogados da presa. O Twitter é uma rede social e servidor de microblog que permite com que o usuário escreva mensagens de até 140 caracteres.
A primeira mensagem postada em nome de Suzane foi publicada no dia 2. Outras 55 já foram publicadas (média de quase 7 por dia). O conteúdo dos recados é variado: além de conversas com outros usuários — incluindo "famosos", como a ex-garota de programa Bruna Surfistinha — há na página várias notas de agradecimento aos advogados, entre eles Denivaldo Barni Júnior, amigo da família que, desde o crime, virou uma espécie de tutor de Suzane. O site traz ainda uma expressão muito utilizada por ela nas poucas entrevistas que deu — "só devo à Justiça e não à sociedade".
No ofício encaminhado à Justiça, o promotor Paulo José de Palma pede esclarecimentos à direção da Penitenciária Feminina de Tremembé, onde Suzane cumpre pena, e informações ao provedor do Twitter, para obter detalhes sobre o autor do perfil. O promotor ratifica o pedido de apuração lembrando que, em setembro de 2006, Suzane foi punida com a transferência para um presídio de segurança máxima por ter tido regalias no Centro de Ressocialização (CR) de Rio Claro, incluindo o uso de um computador da unidade. Agentes penitenciários disseram que a presa conseguia até mesmo atualizar um perfil falso no site Orkut com o nome Patrícia von Richthofen.
A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) informou que ainda não havia sido comunicada sobre o pedido de investigação. Salientou, porém, que nenhum preso tem acesso à internet nas prisões paulistas. O advogado Barni Júnior disse concordar com a investigação.
— A defesa tomará ciência da solicitação para acompanhar as investigações e a respectiva apuração de responsabilidades criminais de quem cometeu tais atos. Suzane está encarcerada e sem qualquer acesso a tais veículos de comunicação. Trata-se de fato gravíssimo que merece ser apurado.
Zero Hora
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