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segunda-feira, 10 de agosto de 2009
Pobreza é obstáculo para melhorar educação
No mundo todo há cerca de 100 milhões de crianças e quase 800 milhões de jovens e adultos fora do sistema educacional. A informação é do relator especial da Organização das Nações Unidas (ONU) pelo direito à educação, o costa-riquenho Vernor Muñoz Villalobos. Para ele, adotar medidas contra essa exclusão é o maior desafio a ser enfrentado por todas as sociedades.
Dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) mostram que embora o Brasil tenha avançado nessa área nos últimos 15 anos, o país registra 2,4% de crianças em idade escolar – de 7 a 14 anos – fora da escola. Isso significa uma exclusão de 680 mil brasileiros. “[O combate à] discriminação de grupos que têm sido, historicamente, excluídos da educação, continua sendo um desafio importante”, declarou. Villalobos veio a São Paulo participar do seminário Pela Não Discriminação na Educação, da Campanha Latino-Americana pelo Direito à Educação (Clade), realizado na sede da organização Ação Educativa.
Ele avalia que a situação de desigualdade econômica é mais crítica na América Latina, o que provoca carências nas oportunidades de ensino. No caso do Brasil, ele considera que o maior entrave a ser vencido é o de traçar metas de educação de formadirigida às populações negra e indígena, reconhecendo que a questão é complexa por causa da diversidade cultural desses povos.
Na análise do relator da ONU, a adoção de cotas que permitem a reserva de vagas nas universidades brasileiras para afrodescendentes “é uma excelente medida”. “É uma ação afirmativa no sentido de combater a exclusão e a discriminação histórica que os afrodescendentes sofrem”.
Ele observa, no entanto, que as discriminações estão presentes no mundo todo e não se restringem a essas populações. "É um problema sentido pelas minorias étnicas, pelas mulheres, pelos menos capacitados, entre outros”, aponta.
Villalobos afirma também que é fundamental o combate à pobreza para permitir o ingresso de um maior número de pessoas no sistema de ensino, que deve ser gratuito e oferecido para todos os níveis. “Se as famílias têm de escolher entre enviar os seus filhos para a escola ou comer, certamente, a opção é comer”, pondera ele, complementando que esse é um desafio a ser enfrentado não apenas pelo Brasil, mas em todo o continente.
MARLI MOREIRA
AGÊNCIA BRASIL
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