segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Padre preso por abusar de garoto no Recife será submetido a teste de Aids


A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) vai pedir à Justiça que o padre Josean Dantas Rolim, 51 anos, seja considerado inimputável pela Justiça se novos laudos comprovarem que ele sofre de distúrbios mentais. O padre foi preso em flagrante, por abuso, na última quinta-feira, em Recife, ao beijar um garoto de 14 anos no terminal rodoviário de Recife. O menino disse que estava com uma camisa de time de futebol e o padre pediu para tirar uma foto com ele, pois torcia para o mesmo clube. Em seguida, o ameaçou e o levou para o banheiro. Segundo a assessoria de imprensa da Regional Nordeste 2 da CNBB, a nova avaliação de sanidade mental será feita por médicos do Manicômio Judiciário de Itamaracá, para onde foi transferido na noite deste domingo
Também será feito um exame de sangue no religioso. Ao psiquiatra Luís Alberto Mendes Dobbi, contratado pela CNBB para fazer um laudo às pressas na última sexta-feira, o padre afirmou que é portador do vírus HIV, da Aids, que teria sido contraído antes de sua ordenação, ocorrida em 1990 no Rio de Janeiro. Porém, integrantes da própria CNBB não descartam a possibilidade de Rolim ter tido que tinha a doença por temer ser abusado sexualmente por outros presos do centro de triagem Cotel, para onde for levado depois do flagrante.
O padre Rolim estava afastado das funções pastorais há seis meses, por conta de um tratamento psiquiátrico. À polícia, ele disse que tomou remédios e bebida alcoólica, o que teria causado o ato de abusar do garoto. A Diocese de Petrópolis, onde o padre foi ordenado, informou à CNBB que ele apresentava distúrbios de comportamento há quatro anos e fazia uso de medicamentos controlados.
O laudo feito a pedido da CNBB diz que, além do disturbio de comportamento, Rolim tem tendência suicida e é extremamente depressivo. Sofre ainda de hidrocefalia.
A assessoria da Regional Nordeste 2 afirma que a igreja não tem intenção de isentá-lo da pena se o novo laudo não atestar distúrbios mentais, mas caso a avaliação seja confirmada, vai defender a inimputabilidade e internar o padre em uma clínica psiquiátrica particular até que fique curado e tenha condições de sair.
Segundo a assessoria, ninguém da família do padre o procurou depois da prisão. Ele estaria de passagem por Recife para visitar parentes, que morariam em Petrolina. Na prisão, o padre disse que está arrependido do que fez.




O Globo

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