quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Para Cremesp, não há prova contra médico acusado de abuso sexual


O Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) decidiu não acatar a proposta de suspender imediatamente o registro profissional do especialista em reprodução humana in vitro Roger Abdelmassih, que foi indiciado pela Polícia Civil de São Paulo por estupro e atentado violento ao pudor.
Para a maioria dos conselheiros, não existem “prova inequívoca” e evidências de “dano irreparável” a supostas vítimas que justificariam agora a interdição cautelar do registro profissional de Abdelmassih. Não há, portanto, segundo o órgão, “os requisitos legais” para o afastamento do médico.
A decisão do Cremesp confirma a expectativa de ex-pacientes de que o órgão, apesar da gravidade das acusações, tratará do caso com corporativismo. O próprio Cremesp, reunido na sexta (7), abriu 51 processos ético-profissionais contra o especialista, algo inédito no país em se tratando de um único médico. Não há prazo para a conclusão desses processos. Eles serão julgados separadamente. A informação é do Estadão.


“Eu não estou mais acreditando que algo possa acontecer para este homem [Abdelmassih], o que me causa uma profunda tristeza”, disse a empresária Ivanilde Vieira Serebrenic. Em seu depoimento à polícia, ela disse que, ao acordar de uma sedação na clínica de Abdelmassih, viu que o médico tinha colocado o pênis dele na mão dela.
O promotor Luiz Dal Poz, do Ministério Público do Estado de São Paulo, lamentou a decisão do Cremesp. “O conselho tem ótimos profissionais, mas não posso deixar de considerar que a decisão teve contornos corporativistas”, disse ele ao jornal. O promotor tem afirmado que os depoimentos das ex-pacientes são contundentes, incluindo casos de “manipulação peniana”.
No dia 29 de junho, o STF (Supremo Tribunal Federal) indeferiu pedido dos advogados do médico para que o indiciamento fosse anulado. Adriano Salles Vanni, um dos dois advogados criminalistas do médico, alega que, por não ter acesso a todas informações do processo, a defesa de seu cliente está sendo prejudicada. A polícia e o Ministério Público negam essa versão.
José Luis Oliveira Lima, outro defensor, disse à Folha que o médico tinha conhecimento da realização de uma sindicância, mas desconhecia a instauração dos processos. "O dr. Roger nega veementemente a prática de qualquer ato ilícito”, disse.
Em artigo no dia 28 de janeiro deste ano na Folha, em uma referência aos seus colegas que atuam na mesma área, Abdelmassih afirmou que a sua notoriedade tem incomodado a muitos.
Renato Azevedo Júnior, vice-presidente do Cremesp, disse que a decisão de não suspender imediatamente o médico pode ser reconsiderada, caso haja “novos fatos”.

[texto com atualizações]



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