MACEIÓ - A Polícia Civil de Alagoas começou nesta quarta-feira a tomar os depoimentos de menores no inquérito aberto para desmontar uma rede de pedofilia que atua na cidade de Maribondo, a 100 quilômetros de Maceió. Denúncia feita pelo Conselho Tutelar da cidade aponta que o presidente do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente, José Izídio da Silva, o "Zezinho da Mata Verde" - também coordenador do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) - e os professores Valdomiro Pereira da Silva, o "Ivo", e José Carlos Teodoro dos Santos, o "Carlinhos Bonfim", estariam supostamente envolvidos no esquema.
Uma casa, na periferia de Maribondo, era a escolhida para encontros com menores de idades que variam entre 10 e 17 anos, meninos e meninas, das comunidades mais pobres da cidade. Segundo o relatório do conselho tutelar, os criminosos ameaçavam as famílias dos menores dizendo que quem os denunciasse perderia o benefício do Bolsa Família.
Ainda segundo o relatório do conselho, adolescentes relataram com detalhes a que eram submetidos dentro da casa, quantas horas passavam no local e com quantos homens eram obrigadas a fazer sexo por noite. Em troca, elas ganhavam roupas, perfumes, colares e, em alguns casos, uma nota de R$ 5 ou R$ 10.
Juiz cria portaria para proteger menores
Para os conselheiros, que não quiseram se identificar temendo represálias, os acusados são calculistas.
- São lobos devoradores que se passam por cordeiros para conquistar os adolescentes. Assim, podem realizar os seus desejos sem pudor, pois a maioria dos atos sexuais era praticada em diversos pontos desta casa, na frente de todos que ali estivessem, sem constrangimento - disse um deles. Além do relatório e três vídeos com depoimentos dos jovens, há ainda relatos de pais para reforçar a denúncia.
- O Valdomiro acabou com a vida do meu filho. Hoje, ele quebra tudo dentro de casa e conheceu as drogas - diz a mãe de uma das vítimas.
Outra mãe conta que quatro de seus nove filhos conheceram a casa usada pelos pedófilos.
- Eles ficavam lá com o som ligado. Não sei o que faziam e não denunciei porque tinha medo de perder o Bolsa Família. Muitas vezes eles me ameaçaram com isso. Mas o pessoal do Conselho Tutelar me disse que, se eu não retirasse eles de lá, seria pior para mim - relatou.
- Tenho 76 anos e nunca vi isso. Um monte de menino vivia aí nesta casa - aponta Adriano Francisco dos Santos, vizinho da casa dos acusados de aliciar os menores.
Depois do início das investigações, no dia 3 de setembro, o juiz de Maribondo, Mauro Baldini, assinou uma portaria proibindo menores de frequentar bares à noite, além da restringir a venda de bebidas alcoólicas a partir das 23h, todos os dias.
O delegado José Laurentino dos Santos afirmou que o relatório do Conselho Tutelar tem detalhes que estão ajudando nas investigações.
Uma casa, na periferia de Maribondo, era a escolhida para encontros com menores de idades que variam entre 10 e 17 anos, meninos e meninas, das comunidades mais pobres da cidade. Segundo o relatório do conselho tutelar, os criminosos ameaçavam as famílias dos menores dizendo que quem os denunciasse perderia o benefício do Bolsa Família.
Ainda segundo o relatório do conselho, adolescentes relataram com detalhes a que eram submetidos dentro da casa, quantas horas passavam no local e com quantos homens eram obrigadas a fazer sexo por noite. Em troca, elas ganhavam roupas, perfumes, colares e, em alguns casos, uma nota de R$ 5 ou R$ 10.
Juiz cria portaria para proteger menores
Para os conselheiros, que não quiseram se identificar temendo represálias, os acusados são calculistas.
- São lobos devoradores que se passam por cordeiros para conquistar os adolescentes. Assim, podem realizar os seus desejos sem pudor, pois a maioria dos atos sexuais era praticada em diversos pontos desta casa, na frente de todos que ali estivessem, sem constrangimento - disse um deles. Além do relatório e três vídeos com depoimentos dos jovens, há ainda relatos de pais para reforçar a denúncia.
- O Valdomiro acabou com a vida do meu filho. Hoje, ele quebra tudo dentro de casa e conheceu as drogas - diz a mãe de uma das vítimas.
Outra mãe conta que quatro de seus nove filhos conheceram a casa usada pelos pedófilos.
- Eles ficavam lá com o som ligado. Não sei o que faziam e não denunciei porque tinha medo de perder o Bolsa Família. Muitas vezes eles me ameaçaram com isso. Mas o pessoal do Conselho Tutelar me disse que, se eu não retirasse eles de lá, seria pior para mim - relatou.
- Tenho 76 anos e nunca vi isso. Um monte de menino vivia aí nesta casa - aponta Adriano Francisco dos Santos, vizinho da casa dos acusados de aliciar os menores.
Depois do início das investigações, no dia 3 de setembro, o juiz de Maribondo, Mauro Baldini, assinou uma portaria proibindo menores de frequentar bares à noite, além da restringir a venda de bebidas alcoólicas a partir das 23h, todos os dias.
O delegado José Laurentino dos Santos afirmou que o relatório do Conselho Tutelar tem detalhes que estão ajudando nas investigações.
O Globo
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