sábado, 26 de setembro de 2009

Pichadora da Bienal é condenada a quatro anos de prisão pela Justiça de SP


SÃO PAULO - A Justiça de São Paulo condenou Caroline Pivetta, de 24 anos, que ficou conhecida como a pichadora da Bienal, a quatro anos de prisão, em regime semiaberto. Ela foi acusada de formação de quadrilha e destruição de bem público, segundo o Tribunal de Justiça. A pichação aconteceu no ano passado e Caroline ficou presa por 50 dias. Em janeiro deste ano, ela foi presa novamente sob suspeita de tentar furtar uma loja na zona sul de São Paulo, mas acabou sendo solta cinco dias depois. O advogado de Caroline, Augusto de Arruda Botelho, afirmou que irá recorrer da decisão, que teria 'defeitos técnicos', segundo ele.
Em seu depoimento à polícia, Caroline Pivetta disse que se sentiu convidada pela curadoria da bienal a pichar o andar que estava vazio no prédio da Fundação Bienal em outubro do ano passado. Caroline confessou o crime, mas disse que foi apenas uma manifestação artística.
- Foi uma manifestação artística. Eu me senti convidada pela curadoria da Bienal para ocupar o andar vazio. O andar vazio era um espaço de contemplação sim e também um espaço de manifestação artística - disse ela.
Para o advogado de Caroline, Augusto de Arruda Botelho, o Ministério Público se equivocou ao considerar a pichação como uma destruição do bem público, que tem uma pena bem mais alta, de até 3 anos. Segundo ele, pichar um prédio vazio é como pregar quadros na parede, que são retirados depois da exposição sem nenhum prejuízo para a patrimônio.
- Não houve qualquer destruição do bem público. Ocorreu, sim, uma pichação. Isso ela não nega, em nenhum momento ela negou isso - disse o advogado.
Enquanto a pena de destruição do bem público é de 3 anos a de pichação não passa de um ano.
- É uma diferença prática na pena e também de conduta. Uma coisa é destruir o bem público, cortar a cabeça de uma estátua, por exemplo. Outra é fazer uma pichação. Guardadas todas as proporções relativas a gosto, se pichação é ou não uma manifestação artística, se é ou não bonita, não cabe a nós e nem a Justiça, afirmar isso - disse Botelho.
No início deste ano, Caroline voltou a ser presa sob suspeita de tentativa de furto de DVDs numa loja do Itaim Bibi, zona oeste da capital. Caroline e outras duas amigas - Amanda Natalia Silva Campolioni Bezerra, de 22 anos, e Rafaela Medina, de 20 - foram acusadas de tentar furtar uma unidade das Lojas Americanas, na esquina das ruas Renato Paes de Barros e Pedroso Alvarenga, no Itaim Bibi. O delegado titular do 15º Distrito Policial (Itaim Bibi), Antonio Carlos Barbosa, disse que a jovem e as amigas tinham intenção de burlar o sistema de segurança da loja.
Elas portavam uma bolsa cinza e uma sacola plástica da loja de roupas TNG revestidas de papel alumínio e com uma fita isolante dentro. Os materiais encontrados dentro da bolsa, de acordo com Barbosa, impediriam que os alarmes colocados na porta da loja fossem acionados quando da saída das três com os produtos que possuem uma espécie de chip.
- Houve uma tentativa de furto, não concretizada. Embora as três não tivessem levado os DVDs da loja elas tiveram a intenção - afirmou o delegado.
Segundo funcionários da loja, câmeras do circuito interno de segurança flagraram uma das meninas colocando cinco DVDs dentro de uma bolsa. A polícia foi chamada e encaminhou as três para o 15º Distrito Policial (Itaim Bibi). Na hora da detenção, ainda de acordo com o advogado de Caroline, nada foi encontrado com as jovens.
- A sacola não foi encontrada em poder de nenhuma das meninas. Não havia a materialidade do suposto furto - diz o advogado Augusto de Arruda Botelho, que defende Caroline.
O advogado acredita em motivação pessoal na nova prisão de sua cliente. - A sacola com os DVDs foi localizada depois durante diligência policial no interior do estabelecimento. Há nesse caso inexistência de qualquer crime - diz Botelho.



O Globo

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