quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Deputado a Obama: ‘Passou da hora de Sean voltar ao pai’


Um novo documento escrito por um congressista americano demonstra que as vias diplomáticas não estão surtindo o efeito que os americanos esperavam no caso Goldman.
O deputado federal Rush Holt, democrata de Nova Jersey, está tentando aproveitar o encontro nessa semana entre os presidentes Lula e Obama, durante a reunião do G-20, para pedir ao chefe-de-estado americano que mencione o caso Goldman com o colega brasileiro.
Em carta enviada ao presidente Obama com cópia para a secretária de Estado Hillary Clinton, Holt faz um novo apelo para que Obama insista com Lula que o Brasil deve cumprir as obrigações que assinou sob o tratado internacional da Convenção de Haia.
Assim como o colega republicano de Congresso, Chris Smith, Holt acusou a familia brasileira de Sean de estar usando suas conexões políticas no Brasil para impedir o retorno do garoto americano a Nova Jersey.

A linguagem da carta que você lê abaixo demonstra claramente que após mais de 5 anos de luta na Justiça brasileira, a paciência das autoridades americanas está chegando ao fim.
Note que Holt cita a Convenção de Haia várias vezes e não manifesta nenhum respeito pelo processo político ou pela soberania brasileira.
Leia a íntegra da carta e me diga o seguinte: será que o envolvimento de mais um político americano comprova que a crise internacional gerada pelo caso Goldman pode ter consequências mais duradouras do que já fora antecipado?


“Senhor presidente,

Enquanto você se prepara para a reunião do G-20, eu peço que aproveite a chance para debtater com o presidente brasileiro Lula um problema que tem preocupado muito a mim e a muitos americanos – especificamente, a relutância do Brasil em cumprir as suas obrigações internacionais sob a Convenção de Haia nos Aspectos Civis do Sequestro de Menores.
Como você sabe, um dos meus eleitores, David Goldman, vem tentando por mais de 5 anos recuperar o seu filho, Sean, do Brasil. Sean foi vítima do sequestro internacional feito pela sua mãe em junho de 2004. Antes da sua morte no ano passado a Sra. Goldman (Bruna Bianchi) se divorciou do Sr. Goldman nos tribunais brasileiros e se casou com João Paulo Lins e Silva, um importante advogado vindo de uma rica e politicamente poderosa família no Brasil. A despeito do fato de que Silva não tem nenhuma conexão biológica ou legal com Sean sob as leis internacionais, nos últimos anos ele tem travado o equivalente a uma guerrilha legal para manter Sean no Brasil.
O Sr. Goldman tem lutado para fazer com que os tribunais brasileiros cumpram as suas obrigações descritas na Convenção de Haia e retorne Sean aos Estados Unidos, mas até agora, sem sucesso. Até a Autoridade Central do Brasil – a entidade responsável por assegurar que o país sumpra as suas obrigações internacionais – já entrou com um pedindo em nome de Goldman, para que Sean seja retornado imediatamente aos EUA como diz o tratado. É impressionante como as cortes brasileiras abriram espaço até para questionar a validade da participação do Brasil no tratado, o que foi impetrado por um partido político que é alegadamente conectado com a família Lins e Silva.
Eu sei que você levantou o assunto com o presidente Lula quando ele visitou os Estados Unidos em março, mas acredito ser imperativo que você fale sobre o assunto novamente durante o encontro do G-20 esta semana. O Sr. Goldman é apenas um entre diversas dúzias de pais cujos filhos estão sendo mantidos no Brasil, violando a Convenção de Haia, e há claramente mais o que o presidente Lula e os legisladores podem fazer para agilizar a resolução desses casos. Por favor, leve ao presidente Lula o seu pedido de que ele e seus legisladores tomem a medida que for necessária para trazer o Brasil de volta ao compromisso assinado na Convenção de Haia. Já passou da hora em que Sean deveria ser reunido ao seu pai.
Obrigado pela liderança inspiradora do nosso país que tem conduzido durante esses tempos desafiadores.

Sinceramente.
Rush Holt
Membro do Congresso”



Brasil com Z

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