A polícia francesa começou a botar abaixo nesta terça-feira de manhã o acampamento improvisado levantado por imigrantes perto do porto de Calais, no norte da França.
Cerca de 600 policiais cercaram o local e entraram no acampamento, conhecido como “a selva”. Segundo as autoridades, 278 pessoas foram detidas durante a operação e acredita-se que mais de mil pessoas já tenham deixado o local.
Manifestantes a favor dos direitos dos imigrantes entraram em choque com a polícia e algumas pessoas foram presas.
Grupos de refugiados pediram à Grã-Bretanha que recebam alguns refugiados que buscam asilo, mas as autoridades britânicas negaram ter sido obrigadas a aceitar imigrantes.
Conformados
Ativistas formaram uma corrente humana no início das operações, nesta terça-feira de manhã.
Imagens aéreas de TV mostram policiais se movimentando pelo acampamento e calmamente levando para fora uma fila de imigrantes.
Outras imagens mostram policiais em confronto com manifestantes. O comandante da polícia de Calais, Pierre de Bousquet de Florian, disse à imprensa que a operação foi um sucesso.
Segundo ele, 146 adultos e 132 auto-declarados menores foram detidos. Entre eles, não havia nenhuma mulher.
Os adultos foram levados para a prisão e os menores para centros especiais de detenção.
O governo francês afirma que todos os moradores vão ter a chance de pedir asilo ou retorno voluntário assistido.
Mas muitos dos habitantes do acampamento deixaram o local antes do início da operação e teme-se que eles, simplesmente, se instalem em outro lugar.
Em sua última noite, muitos dos que ficaram no acampamento disseram temer pelo seu futuro.
Um deles, Bashir, um professor de inglês de 24 anos do norte do Afeganistão, disse à agência de notícias AFP que pagou US$ 15 mil (cerca de R$ 27 mil) para viajar para a Europa via Paquistão e Istambul.
“A gente não tem idéia do que a polícia vai fazer, se vão levar a gente ou vão deixar-nos livres”, disse ele.
“Mas aqui a gente já fez nosso lugar. Temos nossas casas, nossos chuveiros e nossa mesquita”, acrescentou.
Tráfico de pessoas
Pouco antes do início da operação, o ministro francês da Imigração, Eric Besson, disse que o acampamento tinha que ser fechado por que é “uma base para traficantes de pessoas”.
“Há traficantes que fazem essas pobres pessoas pagar um preço extremamente alto por uma passagem para a Inglaterra”, disse ele.
O ministro britânico do Interior, Alan Johnson, disse na segunda-feira que estava bastante satisfeito com o fechamento do campo.
Segundo ele, refugiados legítimos devem pedir asilo no país da União Européia em que eles tiverem entrado.
“Os dois países estão comprometidos em ajudar indivíduos que são refugiados genuínos, que devem pedir proteção no primeiro país seguro a que eles chegarem”, disse Johnson.
“Esperamos que aqueles que não precisam de proteção voltem para casa.”
Na segunda-feira, um porta-voz para o comissário de Justiça da União Européia Jacques Barrot negou as informações de que havia pedido uma mudança na lei para permitir que alguns imigrantes pudessem entrar mais rapidamente na Grã-Bretanha.
Michele Cercone disse à BBC que não há qualquer tentativa de forçar países a aceitar refugiados pedindo asilo e que Barrot está pedindo aos governos francês e britânico que “encontrem uma solução conjunta”.
O Conselho dos Refugiados, baseado na Grã-Bretanha, quer que o governo britânico aceite alguns imigrantes, em particular crianças, que tenham parentes no Reino Unido.
As autoridades francesas afirmam que “a selva” se tornou um refúgio para gangues de traficantes de pessoas e uma zona “proibida” para os moradores locais.
Campos de imigrantes improvisados se multiplicaram na França depois que a Cruz Vermelha fechou o centro de Sangatte, em novembro de 2002.
O campo ficava na França, a curta distância do Eurotúnel, e autoridades britânicas alegavam que ele facilitava a entrada de imigrantes ilegais no Reino Unido.
Cerca de 600 policiais cercaram o local e entraram no acampamento, conhecido como “a selva”. Segundo as autoridades, 278 pessoas foram detidas durante a operação e acredita-se que mais de mil pessoas já tenham deixado o local.
Manifestantes a favor dos direitos dos imigrantes entraram em choque com a polícia e algumas pessoas foram presas.
Grupos de refugiados pediram à Grã-Bretanha que recebam alguns refugiados que buscam asilo, mas as autoridades britânicas negaram ter sido obrigadas a aceitar imigrantes.
Conformados
Ativistas formaram uma corrente humana no início das operações, nesta terça-feira de manhã.
Imagens aéreas de TV mostram policiais se movimentando pelo acampamento e calmamente levando para fora uma fila de imigrantes.
Outras imagens mostram policiais em confronto com manifestantes. O comandante da polícia de Calais, Pierre de Bousquet de Florian, disse à imprensa que a operação foi um sucesso.
Segundo ele, 146 adultos e 132 auto-declarados menores foram detidos. Entre eles, não havia nenhuma mulher.
Os adultos foram levados para a prisão e os menores para centros especiais de detenção.
O governo francês afirma que todos os moradores vão ter a chance de pedir asilo ou retorno voluntário assistido.
Mas muitos dos habitantes do acampamento deixaram o local antes do início da operação e teme-se que eles, simplesmente, se instalem em outro lugar.
Em sua última noite, muitos dos que ficaram no acampamento disseram temer pelo seu futuro.
Um deles, Bashir, um professor de inglês de 24 anos do norte do Afeganistão, disse à agência de notícias AFP que pagou US$ 15 mil (cerca de R$ 27 mil) para viajar para a Europa via Paquistão e Istambul.
“A gente não tem idéia do que a polícia vai fazer, se vão levar a gente ou vão deixar-nos livres”, disse ele.
“Mas aqui a gente já fez nosso lugar. Temos nossas casas, nossos chuveiros e nossa mesquita”, acrescentou.
Tráfico de pessoas
Pouco antes do início da operação, o ministro francês da Imigração, Eric Besson, disse que o acampamento tinha que ser fechado por que é “uma base para traficantes de pessoas”.
“Há traficantes que fazem essas pobres pessoas pagar um preço extremamente alto por uma passagem para a Inglaterra”, disse ele.
O ministro britânico do Interior, Alan Johnson, disse na segunda-feira que estava bastante satisfeito com o fechamento do campo.
Segundo ele, refugiados legítimos devem pedir asilo no país da União Européia em que eles tiverem entrado.
“Os dois países estão comprometidos em ajudar indivíduos que são refugiados genuínos, que devem pedir proteção no primeiro país seguro a que eles chegarem”, disse Johnson.
“Esperamos que aqueles que não precisam de proteção voltem para casa.”
Na segunda-feira, um porta-voz para o comissário de Justiça da União Européia Jacques Barrot negou as informações de que havia pedido uma mudança na lei para permitir que alguns imigrantes pudessem entrar mais rapidamente na Grã-Bretanha.
Michele Cercone disse à BBC que não há qualquer tentativa de forçar países a aceitar refugiados pedindo asilo e que Barrot está pedindo aos governos francês e britânico que “encontrem uma solução conjunta”.
O Conselho dos Refugiados, baseado na Grã-Bretanha, quer que o governo britânico aceite alguns imigrantes, em particular crianças, que tenham parentes no Reino Unido.
As autoridades francesas afirmam que “a selva” se tornou um refúgio para gangues de traficantes de pessoas e uma zona “proibida” para os moradores locais.
Campos de imigrantes improvisados se multiplicaram na França depois que a Cruz Vermelha fechou o centro de Sangatte, em novembro de 2002.
O campo ficava na França, a curta distância do Eurotúnel, e autoridades britânicas alegavam que ele facilitava a entrada de imigrantes ilegais no Reino Unido.
BBCBrasil
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