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sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Pais devem dar exemplos de atitudes maduras e de autocontrole
Na briga entre adolescentes, mãe que incentivou violência errou.
Mãe transformou a filha num joguete para sua própria explosão de raiva.
Ultimamente, temos tido muitas notícias de violência em relação às pessoas. Nada mais surpreende. O limite do agressivo e da maldade parece nunca ter existido. Está tão tênue que ninguém mais consegue notar. E as maiores vítimas são nossas crianças e adolescentes. Nesses casos, a comoção é maior por serem mais frágeis e não terem muitas condições de defesa. Embora também cometam atos maldosos e agressivos.
Todas as pessoas têm uma raiz agressiva que em algum momento se manifesta, principalmente diante das frustrações da vida. Algumas conseguem controlar a raiva com muita dificuldade, mas explodem por qualquer coisa. Outras, aprendem modos diferentes de lidarem com seus dissabores sem precisar lançar mão de atos agressivos. E têm aquelas que a única linguagem que conhecem é a da violência – são indivíduos cuja criação foi pautada numa comunicação em que o tom predominante foi o da rispidez e das ameaças, em que as coisas eram conseguidas por meio do tapa. E aprenderam a ser assim.
Incentivo materno
Uma dessas notícias, publicada na semana passada, foi a da briga entre duas adolescentes cujo motivo parecia ser um rapaz que ambas disputavam. Esse ato é muito antigo, embora ninguém precise se estapear por causa de um namorado. Mas, o que chamou a atenção, é a participação da mãe de uma das adolescentes no episódio como incentivadora da pancadaria. Entre outras coisas, ela disse para a filha: "vai, mete o pé que nem eu te ensinei. Mete um soco na cara."
Como se não bastasse, deu a seguinte recomendação: “bate também, dá pesada, porque se apanhar aqui vai apanhar em casa. Eu não criei filha para apanhar na rua”, disse a mãe Meire Aparecida Fernandes, de acordo com o G1. Ora, se uma mãe, que é quem deve orientar um filho para a vida, formando cidadãos, dá esse tipo de orientação, o que podemos esperar como resultado?
Provavelmente, são pessoas que não sabem conciliar e resolver seus problemas com meios maduros, como uma boa conversa ou recorrendo a uma autoridade competente (consta que a adolescente era ameaçada de apanhar pela outra garota), que poderá tomar as devidas providências. Acabam fazendo a justiça com as próprias mãos, com parâmetros confusos e a predominância da violência.
No caso dessa menina e de muitos outros, não havia muita escapatória: ou batia para se defender da surra na rua e em casa, ou levava duas surras. Um ensinamento e tanto que essa mãe dá para sua filha. Transforma a adolescente num joguete para sua própria explosão de raiva. O que parece querer, com uma atitude assim, é ver o circo pegar fogo. Em nenhum momento percebe-se o desejo de orientar ou proteger sua filha. Que é sua obrigação maior.
Além de tudo isso, era uma pessoa que deveria ser preparada para lidar com crianças, uma monitora escolar, alguém que deveria acompanhar alunos para evitar brigas entre eles. Que ironia, não? Mostrou também não ter condições nem de se autopreservar, quando pôs em risco seu próprio emprego, fazendo, justamente em sua vida, o contrário do que tem que fazer em seu trabalho.
Caminhos da razão
Assim, a violência e a agressividade como formas de resolverem problemas vão se propagando. E com a desculpa cada vez mais comum, para qualquer ato que possa parecer insano e que a pessoa queira se defender depois, de que a culpa é de algum remédio que esteja tomando ou que esqueceu de tomar, de preferência um psicotrópico. Se pudermos ensinar nossos filhos a resolver as coisas pelos caminhos da razão, eles poderão ser mais tranquilos.
Diante de um problema com um colega da escola e que não foi possível resolver diretamente com ele, deve-se recorrer às autoridades escolares em busca de apoio e orientação. Caso não recebam esse suporte ou ele não seja suficiente, os próprios pais podem, entre eles, ajudar seus filhos a resolver suas diferenças, evitando situações extremas.No entanto, muitas vezes os pais tomam para si as dores e as brigas dos filhos, transformando-as em verdadeiras disputas familiares, esquecendo-se de que eles são as partes mais maduras daquela situação. Os filhos contam com eles, sempre. Inclusive para dizer-lhes que eles precisam se controlar.
Por Ana Cássia Maturano ( psicóloga e psicopedagoga)
Para o G1
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