SÃO PAULO - Quarenta pessoas foram sorteadas para julgar Alexandre Nardoni e Ana Carolina Jatobá, a partir de segunda-feira. Todas devem se apresentar ao Tribunal do Júri na próxima segunda-feira, onde será realizado um novo sorteio para a escolha dos sete que irão julgar o casal pela morte de Isabella Nardoni, 5 anos. Dezessete homens e 23 mulheres participarão do sorteio.
- Ali você está representando a sociedade, você tem que julgar corretamente e você sente aquele peso que tem nas mãos a vida de uma pessoa - explica Cleide Clares, professora.
Desde a década de 80, ela é convocada para decidir o futuro do réu e não esquece a participação no julgamento de Suzane von Richtoffen, condenada por matar os pais.
Numa sala de 300 metros quadrados que os jurados vão conhecer as provas, ouvir testemunhas e os argumentos da acusação e da defesa. No intervalo das sessões, eles vão ficar incomunicáveis. Terão que dormir no fórum, não podem falar com ninguém sobre o julgamento.
- Você não lê jornal nem vê televisão. O celular é atendido por eles e você é constantemente vigiado pelo pessoal do Tribunal do Júri - conta Cleide.
Um professor criminalista já presidiu 300 júris e lembra que o sentimento comum aos jurados é o medo de errar.
- Jurados tem medo de condenar um inocente. É menos traumático pra eles soltar um culpado do que condenar um inocente. Isso tudo tem que ser levado em conta. Jurados, júri, é sempre uma caixa de surpresa - fala Luiz Flávio Gomes, professor criminalista.
Globo
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