quinta-feira, 18 de março de 2010

Milagre da medicina salva vida de rapaz baleado

Em casa, Rodrigo recebe mimos da mãe, Ofélia: “Rezei muito por ele” Foto: Paulo Alvadia / Agência O Dia

Ferido a tiro na cabeça, ele teve parte do crânio reimplantada, 3 meses após primeira cirurgia. Osso estava armazenado no abdômen

Rio - Esperança e alívio. Foi com essas palavras que a professora aposentada Ofélia Kopke, 50 anos, resumiu a emoção por ter de volta em casa o filho Rodrigo Kopke da Silva Almeida. Ontem, o jovem de 22 anos recebeu alta do Hospital Municipal Miguel Couto, Gávea, após ser submetido, segunda-feira, à última etapa da cirurgia que salvou sua vida
Rodrigo deu entrada na unidade em 4 de dezembro do ano passado, gravemente ferido: ele levou um tiro na cabeça durante tentativa de assalto ao sair da faculdade, a PUC, na Gávea. Naquela noite, os médicos disseram a Ofélia que o estudante tinha 90% de chances de não resistir. Entretanto, como O DIA publicou em 22 de dezembro, técnica cirúrgica arrojada e a experiência dos médicos em atender baleados mudou o destino do jovem. Ele não só sobreviveu, como quase não teve sequelas — sente dificuldades somente em movimentar o braço esquerdo.
“Na primeira cirurgia, retiramos parte do crânio para que o inchaço do cérebro, decorrente do tiro, não comprimisse a região cerebral responsável pela respiração e outras funções vitais. Essa parte retirada foi guardada na barriga do paciente, em um espaço entre a gordura e a camada muscular do abdômen. Só com este tipo de armazenamento, o tecido teria as características preservadas para reimplante futuro. Agora, três meses depois, colocamos o osso de volta ao crânio”, explicou o chefe de Neurocirurgia do Miguel Couto, Ruy Monteiro.

RECUPERAÇÃO RÁPIDA
A rápida melhora de Rodrigo não chamou a atenção só dos familiares. Médicos e enfermeiros do hospital até hoje se surpreendem com a velocidade da recuperação do jovem.


“É muito gratificante saber que ele está bem, é recompensador”, comemora o neurocirurgião Diogo Freitas, médico que participou das cirurgias. “Só posso agradecer ao hospital e aos médicos. Rezei muito. Minha vida mudou para melhor. Vou sentir muita falta do Rodrigo quando ele voltar a estudar”, diz Ofélia, ressaltando que, mesmo morando em Valença, vai permitir que o filho volte a viver no Rio. “O que ele quiser, eu apoio”.

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