Quando o gavião-carcará chegou à Divisão de Medicina Veterinária e Manejo da Fauna Silvestre --uma espécie de hospital de animais ligado à Prefeitura de São Paulo, dentro do parque Ibirapuera-- recebeu uma ficha clínica que registrou, dentre outros dados, sua origem (lote 5 do trecho sul do Rodoanel), histórico (parou de voar depois de trombar contra um caminhão) e data de entrada (sexta-feira, 12 de março).
Era o 39.519º animal atendido no lugar e um dos 221 que chegaram ali vindos das obras do trecho sul do Rodoanel.
Segundo os biólogos da divisão, não era comum chegarem animais silvestres daquela região. Depois que as obras começaram, os bichos feridos vindos de lá já representam 4,7% de todos os atendidos no período.
"Este lugar é um termômetro do que está acontecendo na cidade", diz a bióloga Brígida Fries. Grandes obras, como a reforma na marginal Tietê e a do Rodoanel, causam impacto e aumentam atendimentos do centro de tratamento.
O problema é que algumas daquelas espécies correm risco de extinção local, se perderem seu habitat. É o caso dos bugios, preguiças-de-três-dedos, quatis e cuícas, além de aves como o juriti-piranga, cuiú-cuiú e tucano-do-bico-verde, que foram trazidas das obras do Rodoanel. Aves migratórias e filhotes sofrem impacto maior.
A Dersa não informou o número de animais silvestres atendidos nem como avalia o impacto do Rodoanel na fauna silvestre. Disse apenas que o projeto é "muito complexo" e que os animais são encaminhados para vários centros.
Hospital de animais
No centro de tratamento do parque Ibirapuera, os animais silvestres recebem medicamentos, passam por reabilitações pós-cirúrgicas e depois são soltos na natureza (49%) ou enviados a cativeiro (14%). Um terço não sobrevive.
Como num hospital, eles fazem exames e têm horário para banho de sol. Antes de terem uma destinação, os "pacientes" ficam de uma semana a vários meses em tratamento, dormindo em gaiolas separadas.
Quando precisam de uma reabilitação maior, vão para a outra sede do centro, no parque Anhanguera. É o caso de corujas e gaviões que precisam reaprender a voar ou a caçar.
A reportagem viu saguis, bugios, tartarugas e uma maioria esmagadora de aves, inclusive o gavião-carcará, que foi entregue por uma veterinária da Dersa na presença da Folha.
O centro comporta pouco mais de 500 animais e não recebe espécies domésticas, nem animais que não estejam feridos ou doentes. Já recebeu 9.446 ameaçados de extinção.
Era o 39.519º animal atendido no lugar e um dos 221 que chegaram ali vindos das obras do trecho sul do Rodoanel.
Segundo os biólogos da divisão, não era comum chegarem animais silvestres daquela região. Depois que as obras começaram, os bichos feridos vindos de lá já representam 4,7% de todos os atendidos no período.
"Este lugar é um termômetro do que está acontecendo na cidade", diz a bióloga Brígida Fries. Grandes obras, como a reforma na marginal Tietê e a do Rodoanel, causam impacto e aumentam atendimentos do centro de tratamento.
O problema é que algumas daquelas espécies correm risco de extinção local, se perderem seu habitat. É o caso dos bugios, preguiças-de-três-dedos, quatis e cuícas, além de aves como o juriti-piranga, cuiú-cuiú e tucano-do-bico-verde, que foram trazidas das obras do Rodoanel. Aves migratórias e filhotes sofrem impacto maior.
A Dersa não informou o número de animais silvestres atendidos nem como avalia o impacto do Rodoanel na fauna silvestre. Disse apenas que o projeto é "muito complexo" e que os animais são encaminhados para vários centros.
Hospital de animais
No centro de tratamento do parque Ibirapuera, os animais silvestres recebem medicamentos, passam por reabilitações pós-cirúrgicas e depois são soltos na natureza (49%) ou enviados a cativeiro (14%). Um terço não sobrevive.
Como num hospital, eles fazem exames e têm horário para banho de sol. Antes de terem uma destinação, os "pacientes" ficam de uma semana a vários meses em tratamento, dormindo em gaiolas separadas.
Quando precisam de uma reabilitação maior, vão para a outra sede do centro, no parque Anhanguera. É o caso de corujas e gaviões que precisam reaprender a voar ou a caçar.
A reportagem viu saguis, bugios, tartarugas e uma maioria esmagadora de aves, inclusive o gavião-carcará, que foi entregue por uma veterinária da Dersa na presença da Folha.
O centro comporta pouco mais de 500 animais e não recebe espécies domésticas, nem animais que não estejam feridos ou doentes. Já recebeu 9.446 ameaçados de extinção.
Cristina Moreno de Castro
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