quarta-feira, 17 de março de 2010

Polícia prende sogra de turista alemã assassinada em Pernambuco


RECIFE - Uma equipe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa prendeu no centro do Recife , Delma Freire, sogra da turista alemã Jennifer Kloker, assassinada na Quarta-Feira de Cinzas . Os delegados Joselito Kherle e Gleide Ängelo aguardaram Delma sair do escritório do advogado da família, Célio Avelino, que fica na rua do Imperador, no bairro de Santo Antônio.
Delma foi presa após um ex-presidiário ter dito à polícia que ela ofereceu R$ 20 mil para que ele assumisse ter participado do crime e reforçasse a versão de latrocínio dada pela família. O rapaz chegou a dizer em entrevista que pilotou a moto usada para abordar o carro da família, mas voltou atrás e revelou a fraude.
Na manhã desta terça-feira, Delma atendeu jornalistas no escritório do advogado e negou que tenha contratado o ex-presidiário.
O depoimento da testemunha poderia mudar os rumos da investigação. O marido da turista e o sogro de Jennifer estão presos, suspeitos de terem cometido o crime.
Na sede do Grupo de Operações Especiais (GOE), o ex-presidiário de 26 anos disse ainda que foi orientado pelo advogado Célio Avelino, contratado para defender a família Tonelli.
De acordo com a testemunha, o primeiro contato com Delma Freire ocorreu há aproximadamente 15 dias num shopping do Recife. Ele disse ainda que ela foi ao local com homens armados. Até a tarde de segunda-feira foram cerca de 50 ligações entre ele e Delma.
A testemunha disse que em nenhum momento Delma confessou o crime, mas afirmou que ela sempre repetia que estava arrependida. Ele revelou que todo o contato foi feito por Delma, mas que recebeu a orientação do advogado Célio Avelino.
De acordo com a testemunha, Avelino teria explicado como se comportar na entrevista, afirmando que ele precisaria ser convincente, "demonstrar cara de ódio" e não responder perguntas quando não se sentisse confortável e seguro da resposta.


A versão do rapaz seria usada para reforçar a tese da família de que Jeniffer Kokler teria sido assassinada após uma tentativa de assalto. Após revelar a farsa, ele foi liberado pela polícia.
O advogado Célio Avelino negou as acusações e disse que foi procurado pela testemunha diversas vezes em seu escritório. Segundo ele, o ex-presidiário queria dar entrevista apenas para a TV Globo. O advogado diz que apenas orientou o homem a falar a verdade.
Além de negar a tentativa de fraude, Delma negou nesta terça-feira envolvimento com tráfico de drogas e de seres humanos e que tenha forçado a própria filha, Roberta Freire, a se prostituir na Itália.
Roberta chegou ao Brasil na quinta-feira e foi recebida por agentes do DHPP no aeroporto dos Guararapes. Na sexta, ela prestou depoimento e disse que está sob proteção policial.
A jovem também mora na região de Rimini, na Itália, era amiga de Jeniffer, e teria hospedado a cunhada e o sobrinho em casa, quando ela se separou de Pablo Tonelli, no ano passado. A polícia quer saber dela se havia realmente um seguro de vida em nome da turista, que beneficiava Ferdinando Tonelli, o sogro, que adotou o marido dela já adulto.
Outra questão a ser esclarecida é a relação de Jeniffer com a sogra Delma Freire e com o ex-companheiro. Há informações que ela era agredida pelos dois. Roberta também demonstrou interesse em obter a guarda do sobrinho.
Durante o depoimento da Roberta Freire, Ferdinando Tonelli saiu do DHPP fez exames de sangue numa clínica no Recife. De acordo com os policiais, os exames são de rotina.
Após prestar depoimento, Roberta Freire foi ao Ministério Público a convite da promotora da Infância e da Juventude da Capital, Laise Rodrigues, para conversar sobre como o filho de Jeniffer era tratado pela família. Ainda de acordo com ela, o menino não deve ser encaminhado para a adoção.
Pablo e Ferdinando Tonelli, ex-marido e sogro da vítima, respectivamente, estão presos, por suspeita de participar da morte de Jennifer. A prisão deles foi decretada pela comarca de São Lourenço da Mata, onde o corpo da vítima foi localizado, depois de vários indícios da investigação apontarem para uma suposta participação deles no crime: depoimentos contraditórios, presença de chumbo nas mãos de ambos apontada por perícia do Instituto de Criminalística e o fato de o percurso relatado por eles aos investigadores ter sido diferente do que foi registrado pelo GPS do carro onde estavam com a vítima.


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