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domingo, 28 de março de 2010
"Não vejo como o recurso ter sucesso", diz promotor do Caso Isabella
Para Francisco Cembranelli, decisão pela condenação dos réus é coerente com a prova
Cláudio Brito claudio.brito@rdgaucha.com.br
Depois de cinco dias de atenção exclusiva ao julgamento dos réus do Caso Isabella, em que era um dos protagonistas e do qual saiu como celebridade nacional, o promotor de Justiça Francisco Cembranelli, 49 anos, dedicou o domingo à família. A caminho do cinema, para assistir a Avatar, conversou por telefone com Zero Hora, e descartou um novo julgamento de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, condenados pela morte da menina Isabella Nardoni, em 2008.
Confira trechos da entrevista:
Zero Hora — O Caso Isabella ainda lhe dará trabalho?
Francisco Cembranelli — Estou aguardando as razões da defesa em sua apelação para contrariá-las. Não vejo como o recurso ter sucesso. Os jurados tiveram toda condição de bem conhecer a prova e a decisão foi baseada nela. Não houve qualquer nulidade, tudo correu normalmente. Esse foi o primeiro e o único julgamento do Caso Isabella, não vejo como possa ser diferente.
ZH — Os jurados estiveram isolados. Houve certeza de que tenham ficado distantes do que ocorria aqui fora?
Cembranelli — Foi perfeita a atenção com os jurados. Mais de 40 servidores foram designados exclusivamente para cuidar dos bastidores. Havia sempre um oficial de Justiça à disposição de cada jurado. Esses profissionais também respondiam pela garantia da incomunicabilidade. A defesa em nenhum momento alegou qualquer cerceamento. Nos debates, nada de anormal. Tanto eu quanto o defensor fomos comedidos nos apartes e referências um ao outro. Nenhuma deselegância, nenhuma ilegalidade. No mérito, a decisão é coerente com a prova do processo. Alguma diminuição das penas pode ser o que a defesa ainda busque. Outros pedidos do advogado foram anteriores ao julgamento. Talvez sejam agora reiterados na apelação.
ZH — A acusação contou com instrumentos que são caros, como a maquete do prédio de onde a menina foi jogada. Houve algum apoio financeiro para dispor desses meios de prova?
Cembranelli — A maquete não era da acusação. Requisitei ao juiz para que fosse usada pelas partes. O Instituto de Criminalística, órgão do Estado, obteve parceria com uma empresa, que realizou o trabalho sob a supervisão dos peritos. Sem essa parceria não teríamos conseguido, uma daquelas maquetes sai muito caro (ele não revelou o valor). A maquete era do processo, por requisição judicial, apenas foi nossa a iniciativa.
Zero Hora
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