segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Violência: Poder público garante assistência em abrigos

Abrigo recebe crianças que sofrem maus tratos pela família em Sobral Creas realiza triagem das crianças e idosos que precisam ser atendidos pelos três abrigos mantidos pelo município

Sobral. Este município garante assistência a três abrigos na cidade que funcionam como acolhimento a crianças de zero a 6 anos que perderam a guarda dos pais; adolescente que sofreram algum tipo de violência ou abuso sexual e idosos vítimas de maus tratos. A triagem para encaminhamento desses casos é feita por intermédio do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), que funciona desde maio de 2008, como uma unidade pública e de referência no atendimento às crianças, adolescentes, mulheres, idosos e famílias com direitos violados.
Esse serviço integra à Coordenadoria de Proteção Social Especial de Média Complexidade, da Fundação de Ação Social do Município (Fasm). A presidente da entidade, Jeovânia Aragão, reconhece que a vida num abrigo, por melhor que ela seja, é bem diferente da vida na família. “As pessoas que sofrem maus tratos, principalmente idosos que sofrem de algum tipo de distúrbio mental, só são encaminhados aos abrigos numa extrema necessidade”, disse Jeovânia, acrescentando que o apoio que o município oferece a esses abrigos são técnicos e financeiros, ao contrário do abrigo domiciliar, que funciona no bairro da Santa Casa.
“O abrigo domiciliar é todo mantido pelo município, existe um convênio entre o município e o Governo Federal que garante essa ajuda”, disse. Essa ajuda é suficiente para que as crianças sejam atendidas e disponham de serviços no local. Os casos enfrentados pelo Creas estão atribuídos à violência, abuso e exploração sexual; apoio e orientação às vítimas de violências e acompanhamento às medidas sócio educativas em meio aberto e encaminhamento aos abrigos. De acordo com as estatísticas da Delegacia de Defesa da Mulher de Sobral (DDM), refentes a 2008, houve registro de 203 inquéritos policiais e mais de mil Boletins de Ocorrências (B.O.) de agressão contra a mulher. Somente este ano já somam mais de 100 inquéritos e os B. O. são quase 600.
De acordo com dados da DDM, a maioria das mulheres vítimas de violência possui grau de escolaridade baixo, não tem emprego e mora de aluguel. Elas chegam à delegacia depois de terem passado por muitos maus tratos. Lá realizam uma queixa contra o agressor, embasadas na Lei 11.340, de 7 de agosto de 2006, mais conhecida como Lei Maria da Penha. Como Sobral não oferece acolhimento de vítimas desse tipo de agressão, elas são orientadas a procurar a casa de um parente. “98% dos casos são resolvidos antes de chegar à Justiça”. Garante o escrivão de polícia que não quis ser identificado.

Acolhimento
No abrigo que funciona como acolhimento familiar instalado na Rua Pintor Lemos, bairro da Santa Casa existem quatro crianças recolhidas com idade entre 10 e 12 anos, entre elas uma criança do sexo feminino abandonada pela mãe juntamente com o irmão de 10 anos. O motivo delas se encontrarem ali, segundo uma das coordenadoras, que pediu para não ser identificada, é o abandono causados pelos pais.
O abrigo recebe crianças que sofrem de maus tratos, abandono, órfãos, violência sexual e exploração de qualquer natureza que venha atrapalhar ou impedir o desenvolvimento humano destes adolescentes. “As crianças e os adolescentes que são encaminhados para esse abrigo são acompanhados por psicólogos e educadores. Existem casos em que em menos de 24h são resolvidos, outros demoram quase uma eternidade”, disse Luzinete Larisse Morais de Oliveira, que há nove meses coordena o Creas.
“A nossa finalidade é acolher e dar a estas crianças e adolescentes um lar que atenda às suas necessidades físicas, psicológicas, morais, de lazer e educação”, acrescentou Larisse.

Mais informações
Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas)Avenida Dom José, 2139 – Sobral(88) 3695.5200



Diário do Nordeste

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