Entidade fundada em 1996 para localizar desaparecidos lança revista.
Tabus e falta de atenção dificultam identificação das vítimas.
A organização Mães da Sé vai lançar nesta terça-feira (29) em São Paulo uma revista para alertar as famílias sobre como evitar o desaparecimento de crianças e adolescentes no Brasil. Presidente e uma das fundadoras da Mães da Sé, Ivanise Esperidião da Silva Santos trabalha desde 1995 para reencontrar a filha, Fabiana Esperidião da Silva, que sumiu aos 13 anos, a 120 metros do portão, quando voltava da casa de uma amiga.
Em 15 anos de militância, Ivanise reuniu outras 5 mil pessoas em torno da ONG e ajudou 2.036 famílias a encontrar pessoas perdidas. Ela faz uma lista dos cuidados que devem ser adotados para evitar o desaparecimento de crianças.
Veja 10 cuidados para proteger a criança
Tabus e falta de atenção dificultam identificação das vítimas.
A organização Mães da Sé vai lançar nesta terça-feira (29) em São Paulo uma revista para alertar as famílias sobre como evitar o desaparecimento de crianças e adolescentes no Brasil. Presidente e uma das fundadoras da Mães da Sé, Ivanise Esperidião da Silva Santos trabalha desde 1995 para reencontrar a filha, Fabiana Esperidião da Silva, que sumiu aos 13 anos, a 120 metros do portão, quando voltava da casa de uma amiga.
Em 15 anos de militância, Ivanise reuniu outras 5 mil pessoas em torno da ONG e ajudou 2.036 famílias a encontrar pessoas perdidas. Ela faz uma lista dos cuidados que devem ser adotados para evitar o desaparecimento de crianças.
Veja 10 cuidados para proteger a criança
1 Desde cedo, ensine à criança o nome completo do pai e da mãe
2 Tire o RG (Registro de Identidade Civil) da criança o quanto antes
3 Ensine à criança o número do telefone de casa
4 Oriente a criança a não dar informações a qualquer estranho que se aproxime
5 Oriente a criança a não receber doces, balas e brinquedos de desconhecidos
6 Garanta que a criança esteja sempre acompanhada de alguém de confiança da família
7 Procure saber quem são os amigos da criança
8 Preste atenção no comportamento de famílias cujos pais evitem contato da criança com a vizinhança
9 Converse sempre com seus filhos
10 Observe mudanças no comportamento de seus filhos
A presidente da Mães da Sé afirma que, entre 1º de janeiro de 2005 e 10 de setembro deste ano, São Paulo registrou 95.610 casos de desaparecimento. Deste total, 43% ou 41.148 pessoas tinham menos de 18 anos.
Embora 78. 815 pessoas tenham sido encontradas, outras 16.795 continuam desaparecidas. Estima-se que no Estado de São Paulo sumam entre 18 mil e 20 mil pessoas por ano, algo próximo de 10% das 204 mil que somem anualmente em todo o país.
Investigação
Uma comissão parlamentar de inquérito instalada na Câmara dos Deputados investiga os motivos do desaparecimento de crianças e adolescentes. Ivanise afirma que por trás do sumiço duradouro de crianças e adolescentes pode haver crimes graves, entre eles, tráfico de drogas, exploração sexual e tráfico de seres humanos. “Quanto mais o tempo passa, menores são as chances de a família reencontrar a pessoa procurada.”
Casos de crianças que se perdem da família em grandes cidades e são doentes mentais, segundo Ivanise, são de mais fácil solução, porque normalmente as vítimas são identificadas e devolvidas aos responsáveis. Há também os casos em que o desaparecimento é espontâneo, motivado por desentendimento com a família ou por ambiente de violência doméstica.
Ivanise afirma que fatores culturais ainda atrapalham a identificação de pessoas desaparecidas. Ela desfaz, por exemplo, o mito de que a família tem de esperar 24 horas antes de registrar na polícia o desaparecimento de uma pessoa. “Isso nunca existiu. Ninguém tem de esperar 24 horas para registrar desaparecimento. Algumas delegacias e delegados criaram esse tabu. Mas não é o delegado que vai determinar o tempo para que seja elaborada a ocorrência”, disse ela.
A presidente da Mães da Sé também derruba o argumento de que a polícia é ineficiente na busca de desaparecidos. Ela conta que delegacia de desaparecidos, ligada ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, tem tecnologia para mostrar com base em uma foto de 1995, como seria hoje o rosto de sua filha, que estaria com 27 anos.
2 Tire o RG (Registro de Identidade Civil) da criança o quanto antes
3 Ensine à criança o número do telefone de casa
4 Oriente a criança a não dar informações a qualquer estranho que se aproxime
5 Oriente a criança a não receber doces, balas e brinquedos de desconhecidos
6 Garanta que a criança esteja sempre acompanhada de alguém de confiança da família
7 Procure saber quem são os amigos da criança
8 Preste atenção no comportamento de famílias cujos pais evitem contato da criança com a vizinhança
9 Converse sempre com seus filhos
10 Observe mudanças no comportamento de seus filhos
A presidente da Mães da Sé afirma que, entre 1º de janeiro de 2005 e 10 de setembro deste ano, São Paulo registrou 95.610 casos de desaparecimento. Deste total, 43% ou 41.148 pessoas tinham menos de 18 anos.
Embora 78. 815 pessoas tenham sido encontradas, outras 16.795 continuam desaparecidas. Estima-se que no Estado de São Paulo sumam entre 18 mil e 20 mil pessoas por ano, algo próximo de 10% das 204 mil que somem anualmente em todo o país.
Investigação
Uma comissão parlamentar de inquérito instalada na Câmara dos Deputados investiga os motivos do desaparecimento de crianças e adolescentes. Ivanise afirma que por trás do sumiço duradouro de crianças e adolescentes pode haver crimes graves, entre eles, tráfico de drogas, exploração sexual e tráfico de seres humanos. “Quanto mais o tempo passa, menores são as chances de a família reencontrar a pessoa procurada.”
Casos de crianças que se perdem da família em grandes cidades e são doentes mentais, segundo Ivanise, são de mais fácil solução, porque normalmente as vítimas são identificadas e devolvidas aos responsáveis. Há também os casos em que o desaparecimento é espontâneo, motivado por desentendimento com a família ou por ambiente de violência doméstica.
Ivanise afirma que fatores culturais ainda atrapalham a identificação de pessoas desaparecidas. Ela desfaz, por exemplo, o mito de que a família tem de esperar 24 horas antes de registrar na polícia o desaparecimento de uma pessoa. “Isso nunca existiu. Ninguém tem de esperar 24 horas para registrar desaparecimento. Algumas delegacias e delegados criaram esse tabu. Mas não é o delegado que vai determinar o tempo para que seja elaborada a ocorrência”, disse ela.
A presidente da Mães da Sé também derruba o argumento de que a polícia é ineficiente na busca de desaparecidos. Ela conta que delegacia de desaparecidos, ligada ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, tem tecnologia para mostrar com base em uma foto de 1995, como seria hoje o rosto de sua filha, que estaria com 27 anos.
“Quando não conhecia o trabalho, achava que a polícia não encontrava minha filha porque eu era pobre. Mas desaparecer não é crime e a polícia começa a investigação com base nas informações que a família dá. Encontrar alguém que está desaparecido dá muito trabalho, mas eles fazem aquilo que está ao alcance deles”, disse Ivanise.
Para ela, iniciativas como a distribuição de fotos de crianças desaparecidas em cupons de pedágio e latas de extrato de tomate podem dar certo, desde que a população preste atenção ao que está vendo.
“Nossa maior dificuldade é que as pessoas não prestam atenção. Teve gente que só ligou para o número que estava no papelzinho porque o carro quebrou e porque pensou que estava ligando para a concessionária da rodovia”, disse ela. “Muitas vezes as pessoas veem uma criança abandonada na rua e sentem medo.”
Ivanise, que não chora mais ao falar da filha, afirma que tem vivido a certeza de que vai encontrá-la . “Vou manter acesa a chama da esperança. Minha filha não tinha motivo nenhum para sair de casa. O desaparecimento dela é um mistério muito grande”.
Serviço:
Para ela, iniciativas como a distribuição de fotos de crianças desaparecidas em cupons de pedágio e latas de extrato de tomate podem dar certo, desde que a população preste atenção ao que está vendo.
“Nossa maior dificuldade é que as pessoas não prestam atenção. Teve gente que só ligou para o número que estava no papelzinho porque o carro quebrou e porque pensou que estava ligando para a concessionária da rodovia”, disse ela. “Muitas vezes as pessoas veem uma criança abandonada na rua e sentem medo.”
Ivanise, que não chora mais ao falar da filha, afirma que tem vivido a certeza de que vai encontrá-la . “Vou manter acesa a chama da esperança. Minha filha não tinha motivo nenhum para sair de casa. O desaparecimento dela é um mistério muito grande”.
Serviço:
Para falar com a ONG Mães da Sé, entre no site www.maesdase.org.br, mande um e-mail para maesdase@globo.com ou ligue para 11.3337-3331
G1
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