Diário de Marília - (ABEAD)
Uma pesquisa realizada com Jovens de ambos os sexos frequentadores de locais de diversão noturna, revela que o álcool e drogas como a cocaína, o ecstasy e a cannabis, estão a ser usadas como facilitadores e intensificadores da atividade sexual. O trabalho concluiu ainda que o uso de algumas destas substâncias está relacionado com uma maior precocidade no início da vida sexual, promiscuidade e relações sexuais desprotegidas.
Para além do elevado número de jovens que atualmente recorre ao álcool e drogas para melhorar sua vida sexual, e das várias consequências que isso acarreta, julga-se que este fenômeno teve o seu início nos anos 60 através do movimento de contracultura, no qual o festival de música Woodstock, ocorrido em 1969 nos EUA, acaba por representar o seu apogeu. Mas se nessa altura, juntamente com o álcool, drogas e sexo, havia também uma ideologia de contestação com idéias pacifistas, uma emergência das questões ecológicas, a criação de um novo imaginário de fraternidade
Atualmente entre os jovens, em muitos casos, as relações afetivas tornaram-se frívolas e sem vínculos, construindo-se com a mesma facilidade com que se destroem. Além disso, na sociedade atual, propaga-se uma sexualidade epidérmica, superficial, alicerçada apenas em dois conceitos: a busca do prazer e a satisfação pessoal. Mas esta é uma concepção da sexualidade que menospreza o amor na sua dimensão mais profunda uma vez que o outro é instrumentalizado, transformado em fonte de prazer, num objeto de consumo descartável, sem que haja qualquer compromisso. As conseqüências são óbvias já que esta vivência da sexualidade origina vidas erráticas, insatisfeitas e infelizes.
O caminho da busca do prazer, apenas pelo prazer, é um caminho oposto ao da liberdade uma vez que o indivíduo fica refém dos seus desejos, vive preso no presente, sendo incapaz de planear o seu futuro. Esta é uma das grandes contradições da sociedade de hoje, onde se confunde liberdade com permissividade compulsiva. Neste caso, a pessoa renuncia à inteligência, a sua afetividade perde profundidade, ficando reduzida a meros impulsos.
Educar os desejos é um sinal de inteligência, maturidade e repressão. Este estudo mostra-nos que muitos destes jovens
Mas se os jovens portugueses creem que o álcool e as drogas têm um sentido utilitário, aumentando-lhes a satisfação sexual, o melhor é desenganarem-se depressa porque com o passar do tempo o mais certo é perderem o desejo e ficarem impotentes.
Pedro Afonso (Médico Psiquiatra)
Revista Ordem dos Médicos, janeiro de 2009.
Colaboração: Lucila Costa – Coordenadora Regional de Amor Exigente
Fonte: Blog Dependencia Química
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