sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Laudo aponta que sufocamento provocou morte de menina que entrou em micro-ondas em Santa Catarina


FLORIANÓPOLIS - O Instituto Geral de Perícias (IGP) de Santa Catarina divulgou nesta quinta-feira o laudo da morte da menina encontrada morta dentro de um micro-ondas em São José, na Grande Florianópolis, em setembro. Os peritos concluíram que Terezinha Aparecida dos Santos, de 7 anos, cabia no aparelho doméstico, o que reforça a suspeita dos investigadores de que a morte, em 13 de setembro, teria sido um acidente e a menina morreu sufocada.
O delegado Rodolfo Cabral, da Central de Polícia, aguardava o laudo pericial para finalizar o inquérito, que deve ser entregue à Justiça na próxima semana. Segundo ele, a perícia indicou que a morte da criança foi uma fatalidade. Segundo o laudo, não houve agressão física e o estudo social feito sobre a família e depoimentos de vizinhos apontaram para a hipótese de um acidente.
Como o corpo havia sido retirado do micro-ondas pelos familiares antes da chegada da equipe de peritos, a polícia precisou da comprovação técnica para confirmar que a menina caberia dentro do equipamento. Cabral adiantou que não vai indiciar os pais da criança.
Para descobrir se a menina caberia dentro do micro-ondas, peritos do Instituto de Criminalística, do IGP, fizeram três simulações. Na primeira, usaram um boneco que simula o corpo de uma criança, cedido pelo Corpo de Bombeiros. Eles tentaram colocá-lo dentro de uma caixa, com as proporções do micro-ondas, mas a inexistência de articulações e parte dos membros do modelo impediram a simulação.
Os especialistas também tentaram recriar a ação com um software de computação gráfica, sem sucesso. A reprodução do incidente só foi possível com uma criança com o porte físico semelhante ao da vítima e uma caixa de papelão com as medidas do eletrodoméstico.
- Concluímos que a criança cabe dentro do aparelho e, dependendo da posição, poderia até ocupar apenas metade do volume do compartimento interno do micro-ondas - explica André Farias, gerente do Instituto de Criminalística.
O micro-ondas era de um modelo antigo, equipado com um dispositivo externo para o destravamento da porta, o que segundo Farias, teria impedido que a menina conseguisse sair de dentro do aparelho. O laudo apontou asfixia como a causa da morte.
No dia da morte, Terezinha desapareceu às 10h. A mãe percebeu quando chamou a menina para tomar banho. Procurou na vizinhança e nada de informações. O corpo foi encontrado por volta das 14h no micro-ondas que estava em uma casa de bonecas. Ela morava com a família em um sítio no Morro do Alemão, Bairro Potecas, em São José.



O Globo

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