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quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Abuso de álcool entre jovens começa em casa
RIO - Pesquisa realizada pelo Centro de Referência em Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), órgão ligado à Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, apontou que metade dos adolescentes que faz uso abusivo de bebidas alcoólicas tem pai ou mãe que também ingere álcool com frequência.
O levantamento teve como base os atendimentos realizados no Centro de Referência entre 2002 e 2009, na capital paulista, com pacientes que apresentaram sintomas preocupantes quanto ao uso de bebida alcoólica.
Do hábito ao vício
Foram ouvidos 512 pacientes entre 12 e 17 anos, dos quais 86% são do sexo masculino. Desses, 256 afirmaram ter parentes que também fazem uso abusivo de álcool.
O estudo indicou que 4,36% dos entrevistados apontaram o álcool como droga que mais consomem. Dos entrevistados que apontaram o álcool como droga principal, 22% começaram a beber aos 13 anos de idade e 15%, aos 11.
– O alcoolismo é uma doença que demora a ser diagnosticada, não é um vício que se consolida rapidamente. Mas o fato de esses jovens começarem a beber tão precocemente é de grande preocupação, já que com o passar dos anos esse hábito pode se transformar em vício e o tempo de uso em idade tenra ocasiona sérios danos para a saúde dos usuários – disse o psicólogo Wagner Abril Souto, autor da pesquisa e coordenador do programa de adolescentes do Cratod.
Outro estudo, do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool Cisa), uma organização não governamental, alerta para as consequências do consumo nocivo de álcool.
De acordo com a pesquisa, publicada na revista Lancet, o uso nocivo, o abuso e a dependência de álcool podem diminuir a expectativa de vida das pessoas em até 10 anos.
O consumo nocivo de bebidas alcoólicas provoca consequências sérias ao sistema nervoso central e cardiovascular, além de estar associado à incidência de câncer e doenças hepáticas.
Entre os problemas diagnosticados estão amnésias ocasionadas pelo uso de álcool (blackouts alcoólicos), déficits cognitivos temporários, risco de desenvolvimento de arritmias e cardiomiopatia, incidência de gastrite hemorrágica, pancreatite e alterações hepáticas, entre outras.
Mortalidade
Dessa forma, as consequências graves decorrentes do uso pesado de álcool se refletem na taxa de mortalidade, podendo provocar um aumento de três a quatro vezes na taxa de mortalidade precoce (principalmente devido a doenças cardiovasculares e câncer).
No geral, a mortalidade relacionada ao uso de álcool representa de 2% a 4% de todas as mortes entre adultos.
Em relação ao tratamento dos pacientes, os resultados indicam que de 50% a 60% dos dependentes de álcool tornam-se abstêmios ou têm melhora substancial após um ano de tratamento. Além disso, menos que 5% dos pacientes com dependência de álcool desenvolvem uma crise durante o período de abstinência ou um estado de confusão grave.
JBONLINE
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