quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Americano é preso no Japão por tentar raptar os filhos


Christopher Savoie foi preso em frente ao consulado americano em Fukuoja com os dois filhos. Se for condenado ele pode pegar até 5 anos de cadeia. Abaixo, a ex-esposa Noriko e os filhos Rebecca, de 4 anos, e Isaac, de 6 anos. Fotos: NBC e arquivo pessoal.

A cena parecia de filme de ação. Um americano viaja para Fukuoka, no Japão, com a missão de recuperar os dois filhos, que foram raptados dos EUA pela mãe.
Na segunda-feira, enquanto Noriko, a mãe, levava Rebecca, de 6 anos, e Isaac, 8, para a escola, Christopher Savoie parou o carro e pegou os dois filhos à força e saiu em disparada. Só que antes que ele pudesse entrar no Consulado dos EUA, a polícia japonesa o prendeu na porta do órgão americano.
A polícia, que conseguiu autorização de um juiz para manter o americano na cadeia por 10 dias, foi avisada por Noriko. Enquanto autoridades japonesas dizem que Savoie está comendo bem, e ocupa uma cela sozinho, o consulado americano disse que na segunda-feira Savoie teve que ser levado ao hospital por causa de pressão alta.
Depois de um casamento conturbado, Savoie e Noriko deram entrada no divórcio em janeiro, mas com uma condição: Noriko, que obteve a guarda parcial das crianças, poderia levar os dois filhos para passar férias de verão no Japão se ela aceitasse morar em Franklin, no Tennessee, em residência separada. Um mês depois do divórcio, o americano casou-se com Amy.
Temendo que a ex-esposa fosse fugir com a criança, em março Savoie e Amy pediram um “restraining order,” que é um documento que poderia prevenir tal ação. Mas um juiz negou o pedido.
Durante o verão, Noriko recebeu aprovação da corte para levar os filhos para o Japão. Mãe filhos passearam e retornaram aos EUA. Só que em agosto, Noriko pegou as crianças na casa de Amy e depois mandou um torpedo dizendo que só ia levá-las ao shopping. Quando as aulas recomeçaram nos EUA em agosto, Noriko já estava no Japão com os filhos.
“Ela fez tudo de caso pensado. Enviou dinheiro para o Japão durante vários meses e depois saiu fugida,” disse Amy Savoie ao “Today Show,” da NBC.
Imediatamente após o rapto, as cortes americanas lançaram documento dando guarda total das crianças a Christopher Savoie. Além disso, Noriko é considerada fugitiva e deve ser presa se pisar o solo americano novamente.
O documentário “From the Shaddows” tem seguido o drama de dezenas de pais americanos que lutam para recuperar os filhos levados para o Japão. O diretor Matt Antel chegou à conclusão que o Japão não reconhece a guarda compartilhada, e quando há o divórcio, a criação dos filhos cabe apenas a um dois pais.
Segundo o deputado federal Chris Smith, republicano de Nova Jersey, há 125 crianças americanas na mesma situação que Rebecca e Isaac. O Japão não é signatário da Convenção de Haia, por isso não se vê na obrigação de retornar as crianças americanas que foram levadas ao país ilegalmente.
No entanto, o ministro do exterior, Kosei Nomura, disse à imprensa americana que o Japão está começando a considerar a possibilidade de se assinar o tratado internacional.
O advogado de Savoie, Jeremy Morley, disse a NBC que “está com as mãos amarradas por um sistema legal [do Japão] que não funciona.”
“Precisamos fazer pressão diplomática,” disse Morley. Está formada mais uma crise internacional.
As autoridades japonesas dizem que o problema não é como os americanos pensam. Além de Noriko ter nascido no Japão, Savoie também obteve cidadania do país asiático há 4 anos, e as duas crianças que são pivô do embate internacional têm passaportes japoneses.
Se for condenado por sequestro de menores, Christoper Savoie pode pegar até 5 anos no Japão.
Nos EUA e Brasil, o caso Savoie já está começando a provocar comparações com o caso Goldman, aquele do menino que foi retido no Brasil sem o consentimento do pai americano.
No site BringSeanHome.org, apoiadores de David Goldman se questionaram se Savoie tivesse alcançado o consulado americano a crise diplomática entre Japão e EUA não seria maior ainda.
O caso Savoie deixa claro que embora para os pais americano seguir as leis internacionais nem sempre rendam resultados positivos, tentar recuperar os filhos à força também pode ser desastroso.
Eduardo de Oliveira

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