RIO - O evento era uma megaprodução pouco comum: uma série de desfiles de carnaval no Líbano com 120 componentes, entre baianas, bateristas e até destaque em carro alegórico. Mas as mulatas não agradaram a todos. Após desfiles que chegaram a reunir 30 mil pessoas no país nas últimas semanas, um grupo de clérigos muçulmanos da cidade de Tiro forçou o cancelamento do desfile. A organização do evento bem que tentou adaptar os biquínis ao conservadorismo local, e enviou imagens em que as mulatas apareciam cobertas por uma malha preta colante (dos tornozelos ao pescoço e aos pulsos) e por uma saia de lantejoulas na altura dos joelhos. Mas não adiantou.
- Apoiamos o turismo, mas somos contra a obscenidade - disse o xeque Ali Yassin, à frente do grupo de clérigos na cidade de maioria xiita.
A Embaixada do Brasil em Beirute - que patrocinou o evento junto com a empresa libanesa de café Najjar - disse que foram um sucesso os desfiles em Beirute, Batroun, Zahle e Zouk Mikhael e as oficinas em Beirute, Kaslik e Byblos; e que achou melhor cancelar o evento em Tiro.
- Setenta e cinco mil pessoas já tinham visto os desfiles. Preferimos não arriscar - disse o ministro-conselheiro e encarregado de Cultura da embaixada, Roberto Medeiros, afirmando que o evento pode crescer em 2010. - A recepção foi ótima, as pessoas ficaram maravilhadas. A cultura brasileira é muito valorizada no Líbano.
Medeiros explica que a ligação tem raízes na imigração. Cerca de 6 milhões de libaneses se instalaram no Brasil, fizeram família e parte voltou ao Líbano anos depois. Há hoje no país entre 15 mil e 50 mil brasileiros ou libaneses que já moraram no Brasil. Segundo Medeiros, a ideia dos shows surgiu por sugestão de libaneses e contaria inicialmente com apenas cerca de dez pessoas. Mas o evento se tornou grandioso depois que a Najjar, importadora de café do Brasil, ofereceu patrocínio à embaixada.
- Mandamos gente duas semanas antes para produzir fantasias lá, junto com libaneses. Foram 40 pessoas do Brasil, entre produtores, músicos e passistas cedidos por grandes escolas como Vila Isabel, Mangueira e Salgueiro - conta Heloisa Alves, produtora do evento.
Sabrina Valle
O Globo
- Apoiamos o turismo, mas somos contra a obscenidade - disse o xeque Ali Yassin, à frente do grupo de clérigos na cidade de maioria xiita.
A Embaixada do Brasil em Beirute - que patrocinou o evento junto com a empresa libanesa de café Najjar - disse que foram um sucesso os desfiles em Beirute, Batroun, Zahle e Zouk Mikhael e as oficinas em Beirute, Kaslik e Byblos; e que achou melhor cancelar o evento em Tiro.
- Setenta e cinco mil pessoas já tinham visto os desfiles. Preferimos não arriscar - disse o ministro-conselheiro e encarregado de Cultura da embaixada, Roberto Medeiros, afirmando que o evento pode crescer em 2010. - A recepção foi ótima, as pessoas ficaram maravilhadas. A cultura brasileira é muito valorizada no Líbano.
Medeiros explica que a ligação tem raízes na imigração. Cerca de 6 milhões de libaneses se instalaram no Brasil, fizeram família e parte voltou ao Líbano anos depois. Há hoje no país entre 15 mil e 50 mil brasileiros ou libaneses que já moraram no Brasil. Segundo Medeiros, a ideia dos shows surgiu por sugestão de libaneses e contaria inicialmente com apenas cerca de dez pessoas. Mas o evento se tornou grandioso depois que a Najjar, importadora de café do Brasil, ofereceu patrocínio à embaixada.
- Mandamos gente duas semanas antes para produzir fantasias lá, junto com libaneses. Foram 40 pessoas do Brasil, entre produtores, músicos e passistas cedidos por grandes escolas como Vila Isabel, Mangueira e Salgueiro - conta Heloisa Alves, produtora do evento.
Sabrina Valle
O Globo
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