Em 2008, foram registradas 29 ocorrências. Entre janeiro e setembro de 2009, o número pulou para 58
O desaparecimento da adolescente A.L., de 14 anos, há quatro meses, é o mais recente caso do Escritório de Enfrentamento e Prevenção ao Tráfico de Seres Humano e Assistência à Vítima (EEPTSH). A forma como ocorreu o sumiço da garota e os pedidos de socorro ela começou a fazer para a mãe, Elenisa Ferreira de Lima, a pouco mais de dois meses, levaram a coordenadora do Escritório, Eline Marques, a investigar a ocorrência como tráfico interno de ser humano – aquele que fica no território brasileiro. “A suspeita é de que A.L. esteja em cárcere privado, podendo ser vítima de exploração sexual”, explica Eline.
O caso da garota engrossou a lista das denúncias apuradas pelo Escritório. A relação só faz crescer. Em pouco mais de nove meses – janeiro deste ano a início de outubro – os registros saltaram para 58 ocorrências no Ceará. Em todo o ano de 2008, aconteceram 29 apurações de tráfico de seres humanos. Um aumento de 100%. “Isso se deve em parte ao trabalho que fazemos com resultados positivos. A confiança traz os pais ou parentes a fazer a denúncia”, avalia a coordenadora do Escritório.
Segundo ela, no ano passado, operações em municípios como Quixadá, Quixeramobim, Mauriti, Morada Nova, Juazeiro do Norte e Crato resultaram na prisão de oito pessoas. Este ano, a equipe resgatou em Belo Horizonte uma jovem cearense, vítima de exploração sexual por parte de uma quadrilha. Outro caso resolvido foi o de dois rapazes, envolvendo cárcere e trabalho escravo no Rio de Janeiro.
O Escritório começou a apurar o desaparecimento de A.L. a partir da denúncia da mãe da adolescente, na última quarta-feira. Elenisa Ferreira conta que a garota saiu de casa, no bairro Água Fria, pela manhã. “Levo meus outros dois filhos, que são especiais, para a escola e só volto ao meio-dia. Nesse dia, quando cheguei, o canto mais limpo. A vizinha me disse que ela havia saído com uma amiga e que iria passar uma semana na casa de outra menina, em Messejana. A partir desse dia, nunca mais vi minha filha”, narra Elenise, muito emocionada.
A mãe ainda conta que por causa de más companhias, a garota havia deixado de frequentar a escola e, vez por outra, passava de dois a três dias fora de casa. “Ela sempre ligava e eu sabia onde estava, mas dessa vez, é diferente. Alguma coisa aconteceu com minha filha”.
Depois desse sumiço, a mãe recebeu dois telefonemas da filha. O primeiro, em julho. “Ela não falava direito, meio baixo, me disse que estava em Jaguaruana e que, mesmo querendo voltar, não tinha como”. O segundo, no início da semana, ela mal dizia coisa com coisa e pediu socorro”. Nas duas, afirma, um homem falava primeiro e depois passava o telefone para a garota A.L.
A coordenadora do EEPTSH adianta que as buscas estão sendo feitas com o apoio da Delegacia de Combate à Exploração de Criança e Adolescente. Ela já encaminhou a foto da menina e cópia do depoimento da mãe para todos os conselhos tutelares do Ceará e para a Polícia Rodoviária Federal. “Também enviamos material e contatamos com a Delegacia de Polícia de Jaguaruana, onde a garota disse estar”, declara.
A mãe da desaparecida conta, chorando, que está dormindo à base de tranquilizantes e não tem mais a quem apelar. “Minha família está em desespero. Eu só quero saber onde minha menina está e mais nada”.
O tráfico de ser humano é crime, com pena de três a oito anos. Se houver comprovação de exploração sexual, a pena pode chegar a 18 anos de prisão para o criminoso.
Mais informações
Escritório de Enfrentamento e Prevenção do Tráfico de Seres Humanos
Rua Antônio Augusto, 555 – Praia de Iracema
As denúncias podem ser feitas pelos telefones: 3454.2199 ou 100
O desaparecimento da adolescente A.L., de 14 anos, há quatro meses, é o mais recente caso do Escritório de Enfrentamento e Prevenção ao Tráfico de Seres Humano e Assistência à Vítima (EEPTSH). A forma como ocorreu o sumiço da garota e os pedidos de socorro ela começou a fazer para a mãe, Elenisa Ferreira de Lima, a pouco mais de dois meses, levaram a coordenadora do Escritório, Eline Marques, a investigar a ocorrência como tráfico interno de ser humano – aquele que fica no território brasileiro. “A suspeita é de que A.L. esteja em cárcere privado, podendo ser vítima de exploração sexual”, explica Eline.
O caso da garota engrossou a lista das denúncias apuradas pelo Escritório. A relação só faz crescer. Em pouco mais de nove meses – janeiro deste ano a início de outubro – os registros saltaram para 58 ocorrências no Ceará. Em todo o ano de 2008, aconteceram 29 apurações de tráfico de seres humanos. Um aumento de 100%. “Isso se deve em parte ao trabalho que fazemos com resultados positivos. A confiança traz os pais ou parentes a fazer a denúncia”, avalia a coordenadora do Escritório.
Segundo ela, no ano passado, operações em municípios como Quixadá, Quixeramobim, Mauriti, Morada Nova, Juazeiro do Norte e Crato resultaram na prisão de oito pessoas. Este ano, a equipe resgatou em Belo Horizonte uma jovem cearense, vítima de exploração sexual por parte de uma quadrilha. Outro caso resolvido foi o de dois rapazes, envolvendo cárcere e trabalho escravo no Rio de Janeiro.
O Escritório começou a apurar o desaparecimento de A.L. a partir da denúncia da mãe da adolescente, na última quarta-feira. Elenisa Ferreira conta que a garota saiu de casa, no bairro Água Fria, pela manhã. “Levo meus outros dois filhos, que são especiais, para a escola e só volto ao meio-dia. Nesse dia, quando cheguei, o canto mais limpo. A vizinha me disse que ela havia saído com uma amiga e que iria passar uma semana na casa de outra menina, em Messejana. A partir desse dia, nunca mais vi minha filha”, narra Elenise, muito emocionada.
A mãe ainda conta que por causa de más companhias, a garota havia deixado de frequentar a escola e, vez por outra, passava de dois a três dias fora de casa. “Ela sempre ligava e eu sabia onde estava, mas dessa vez, é diferente. Alguma coisa aconteceu com minha filha”.
Depois desse sumiço, a mãe recebeu dois telefonemas da filha. O primeiro, em julho. “Ela não falava direito, meio baixo, me disse que estava em Jaguaruana e que, mesmo querendo voltar, não tinha como”. O segundo, no início da semana, ela mal dizia coisa com coisa e pediu socorro”. Nas duas, afirma, um homem falava primeiro e depois passava o telefone para a garota A.L.
A coordenadora do EEPTSH adianta que as buscas estão sendo feitas com o apoio da Delegacia de Combate à Exploração de Criança e Adolescente. Ela já encaminhou a foto da menina e cópia do depoimento da mãe para todos os conselhos tutelares do Ceará e para a Polícia Rodoviária Federal. “Também enviamos material e contatamos com a Delegacia de Polícia de Jaguaruana, onde a garota disse estar”, declara.
A mãe da desaparecida conta, chorando, que está dormindo à base de tranquilizantes e não tem mais a quem apelar. “Minha família está em desespero. Eu só quero saber onde minha menina está e mais nada”.
O tráfico de ser humano é crime, com pena de três a oito anos. Se houver comprovação de exploração sexual, a pena pode chegar a 18 anos de prisão para o criminoso.
Mais informações
Escritório de Enfrentamento e Prevenção do Tráfico de Seres Humanos
Rua Antônio Augusto, 555 – Praia de Iracema
As denúncias podem ser feitas pelos telefones: 3454.2199 ou 100
Lêda Gonçalves
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