A Justiça de São Paulo determinou que os livros sobre a morte da menina Isabella Nardoni escritos pelo médico gaúcho Paulo Roberto Papandreu sejam recolhidos das lojas. A informação foi confirmada pela mãe da garota, Ana Carolina de Oliveira, na tarde deste domingo (4). Por telefone, ela disse estar muito satisfeita com a determinação do juiz da 1º Vara Civil de Santana, na zona norte de São Paulo.
Ana Carolina informou que a decisão é liminar, ou seja, tem efeito imediato. O ação contra a publicação foi encaminhada pelo advogado dela à Justiça na quarta-feira (30). No dia seguinte, quinta-feira (1º), saiu a ordem do juiz para recolher os livros. A mãe de Isabella também pediu R$ 500 mil de indenização. Mas ela disse que ainda não há decisão sobre o dinheiro.
Na época em que o livro de Papandreu foi publicado, Antonio Nardoni, avô paterno de Isabella, chegou a dizer que o livro defendia uma tese não investigada pela Polícia Civil: a de que houve um acidente doméstico e a garota caiu sozinha.
Isabella Nardoni morreu na noite de 29 de março de 2008 após cair do sexto andar do prédio onde o pai, Alexandre Nardoni, e a madrasta, Anna Carolina Jatobá, moravam na Vila Mazzei, zona norte de São Paulo. Alexandre e Anna Carolina estão presos acusados pelo crime. Os dois negam o crime.
Fonte: Hoje em dia News
Justiça apreende livros
Conforme informações obtidas por O DIA, a Justiça apreendeu cerca de três mil exemplares em São Paulo.
Lançado no Rio Grande do Sul em junho, o livro tem na capa uma fotografia de Isabella. Ana Carolina considerou que o livro contém inverdades e que atingiu a memória da criança, além de explorar sua imagem na capa do livro, com fins lucrativos, sem pedir permissão para isso. A segunda edição do livro teria um título novo, ‘Isabella — verdade nova’.
Procurado, o promotor Francisco Cembranelli, que denunciou o casal à Justiça, afirmou que está impedido de se pronunciar sobre o conteúdo do livro, mas que reafirma o que já disse no início da semana: “O livro é uma bobagem sem tamanho, feito por uma pessoa de outro estado da federação, que não participou nem teve acesso aos 25 volumes do processo, mas com objetivo financeiro, de obter publicidade para alavancar a venda”.
O autor do livro apreendido, Paulo Roberto Papandreu, escreveu que a menina Isabella Nardoni teria caído sozinha. O promotor Cembranelli afirma que essa hipótese é mencionada nos autos, mas foi descartada devido às provas contra o casal, que derrubam também a tese de que a menina foi morta por um ladrão. Uma das provas, disse o promotor, é a tesoura usada para cortar a tela, encontrada na cozinha junto com uma faca.
Segundo ele, a perícia conseguiu localizar na lâmina da tesoura um fio da tela cortada. Há ainda manchas de sangue removidas do apartamento e a fralda com manchas de sangue, encontrada de molho.
“Imaginar que a Isabella cortou a tela, colocou a tesoura na cozinha, deixou o apartamento limpo e ainda teve o cuidado de colocar a fralda de molho, antes de se jogar sozinha pela janela, é um atentado contra ela”, indigna-se o promotor. Já o ladrão, diz ele, teria tido menos de seis minutos para matar, limpar o local e sair do prédio sem deixar vestígios.
Fonte: O Dia
Médico pretende recorrer da decisão
Procurado pelo G1, Papandreu informou que pretende recorrer da decisão. "Acho que estão ferindo meu direito de liberdade de expressão. Vou recorrer, claro", disse ele, neste domingo. O médico de Santa Maria (RS) afirmou ter recebido com "surpresa" a notícia. "Fiquei sabendo no sábado. Quero ver o que vão fazer com os livros agora. Não consigo imaginar por que fizeram isso. Estou incrédulo porque não caluniei, não menti e não injuriei".
Segundo ele, em São Paulo, havia 3 mil exemplares de "Isabella". Papandreu ressaltou que, até a tarde do domingo, não havia sido informado oficialmente sobre a sentença do juiz. "Eu soube por uma conhecida que pegaria os livros em um hotel de São Paulo para doação. Disseram a ela que a Justiça mandou recolher".
Fonte: G1
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