segunda-feira, 4 de maio de 2009

Colesterol alto atinge uma em cada dez crianças no Brasil

RIO - Má alimentação, sedentarismo e genética são as principais causas do colesterol alto em crianças. O número de pequeninos com excesso de gordura no sangue tem aumentado exponencialmente, afirma o cardiologista Antonio Carlos Camargo Carvalho, especialista em cardiologia infantil pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Hoje, cerca de 10% das crianças no país têm colesterol alto, de acordo com dados do Instituto do Coração (InCor). Nos Estados Unidos, este número chega a 50% em alguns estados americanos.
- As crianças estão comendo pior e são mais sedentárias do que antigamente. Há apenas uma década, era raro ver uma criança com colesterol alto. Este risco aumenta se há um histórico de doenças como derrame, infarto e angina na família, por isto os pais devem estar sempre atentos aos fatores de risco. Nestes casos, é comum a criança apresentar uma alteração no colesterol entre os 7 e os 10 anos - explica Carvalho.
O aumento do colesterol nas crianças é assintomático, e não costuma trazer problemas sérios na infância. Este é o perigo, afirmam especialistas, já que esta criança vai estar mais propensa a ter problemas cardiovasculares e circulatórios no início na vida adulta. A endocrinologista Cristiane Pacheco, do Prontobaby - Hospital da Criança, lembra que o colesterol alto na infância também pode indicar doenças mais sérias, como distúrbios na tireoide, diabetes e obesidade.
Se doenças mais graves foram descartadas, o tratamento costuma ser baseado na mudança de alimentação e na prática regular de esportes. Medicamentos são indicados apenas se as outras mudanças de hábito não fizeram efeito. O tratamento do colesterol alto na criança, enfatizam os médicos, deve incluir a família inteira.
- Os pais devem estimular a alimentação saudável e a prática de atividades físicas. Reduzir o tempo dedicado à televisão, ao videogame e ao computador e incentivar a adesão da criança a um esporte é muito importante. Os hábitos alimentares também devem ser modificados, dando preferência a uma alimentação rica em fibras e com reduzida quantidade de gordura - diz Cristina Pacheco.

De olho na dieta
Alimentos ricos em gordura animal são os que mais aumentam o colesterol, explica o cardiologista da Unifesp. Para diminuir a gordura no sangue, o ideal é limitar o consumo de carne vermelha, gema de ovo, maionese, derivados de leite (especialmente os integrais) e cortar os embutidos como presunto e salame. No lugar, devem entrar as frutas, os legumes, os cereais integrais e as fibras, que ajudam a diminuir a absorção de gordura pelo corpo.
A dieta de antigamente, aquele arroz com feijão, bife grelhado e legumes, continua sendo um prato muito bom para as crianças, sem dúvida melhor do que os pratos e os petiscos industrializados. Mas as mudanças na alimentação têm que acontecer gradualmente, já que estas transformações são para a vida toda. Uma dieta ou um programa de exercícios muito drásticos, por exemplo, não vão ajudar a mudar o quadro com mais rapidez, e ainda podem traumatizar a criança - completa o médico. Segundo ele, com os cuidados adequados, o colesterol costuma voltar aos índices normais em até um ano, mas o monitoramento deve continuar pela vida toda.


fonte:O Globo On Line

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