quinta-feira, 25 de março de 2010

Irritado, Alexandre enfrenta promotor e não responde a maioria das perguntas


Após ser interrogado pelo juiz Mauricio Fossen, por cerca de 1h15, Alexandre Nardoni respondeu às perguntas feitas pelo promotor Francisco Cembranelli. Alexandre e Anna Carolina Jatobá, pai e madrasta de Isabella Nardoni, são acusados da morte da menina.

Em um clima tenso, o réu chegou a enfrentar Cembranelli: “onde o senhor quer chegar com isso? Qual a finalidade dessa pergunta?”, disse, visivelmente irritado e com a voz alterada, quando questionado sobre os bens que possuía com Anna Jatobá. Para a maioria das perguntas, Alexandre respondeu apenas “não sei ou não me recordo”.
O advogado do casal, Roberto Podval, chegou a dizer que Cembranelli estava fazendo “teatro”. “Não vou ser maltratado aqui, não vou ser maltratado”, repetiu Podval diante das interferências do juiz, que pedia que o réu respondesse às perguntas. Cembranelli foi constantemente cortado pelo advogado de defesa: “diga em que página do processo está isso”.
Cembranelli questionou Alexandre sobre o motivo de ele não ter prestado queixa por ter sido, como ele disse, agredido pela equipe policial que investigou a morte de Isabella. O réu disse: “não me recordo”.
O pai de Isabella disse ainda não saber o horário que chegou ao edifício na noite da morte da filha. “Nem estimativa?”, insistiu. “Não me recordo. Estou há 2 anos preso”, limitou-se.
O promotor foi bastante incisivo em seus questionamentos e chegou a perguntar se o réu se lembrava de ter dito que o suposto ladrão “entrou no apartamento sem arrombar a porta porque tinha uma cópia da chave, agrediu Isabella, pisou na cama com um solado igual ao dele, cortou a rede de proteção, jogou a filha pela janela e depois ainda limpou o sangue”? “Não sei se falei isso”, respondeu Alexandre, bastante nervoso.
Ele também não soube dizer porque não socorreu a filha, já que em outro depoimento afirmou que foi o primeiro a descer e não havia mais ninguém no momento. “Não sei lhe dizer... Ela estava no chão naquele momento. Quando caí em si (sic), seu Lúcio já estava falando para não mexer”, falou, confuso.

"Choro sem lágrimas"
Em outro momento de grande tensão, Cembranelli perguntou a Alexandre o motivo de Alexandre estar usando óculos. “Não enxergo bem de longe”, respondeu. “E esse seu problema interfere a ponto de não sair lágrimas dos olhos quando chora?”, rebateu ironicamente Cembranelli, sendo imediatamente advertido pelo juiz: “indeferido”.
O julgamento do casal Nardoni começou na segunda-feira no Fórum de Santana, zona norte de São Paulo, e entrou em uma fase decisiva nesta quinta-feira com o interrogatório dos réus.


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