quarta-feira, 24 de março de 2010

Marcas na camiseta de Alexandre é de quem projetou o corpo "com força" contra tela, diz perita


Arrolada como testemunha tanto pela defesa como pela acusação, a perita Rosângela Monteiro, do Instituto de Criminalistica (IC), afirmou em depoimento nesta quarta-feira que as marcas encontradas na camiseta que Alexandre Nardoni usava no dia da morte da filha Isabella Nardoni só poderiam ter sido deixadas pela tela de proteção em alguém que colocou os dois braços para fora segurando um peso de cerca de 25 kg, que é o peso de Isabella à epoca.
Para isso, ela mostrou em telão imagens de todos os testes realizados no IC. De acordo com a perita, foram feitos três testes com a mesma tela da janela por onde Isabella foi jogada e com um modelo de 1.80 m e 87 kg, ou seja, tamanho e peso semelhantes ao de Alexandre.
A camiseta, de cor branca, também era feita do mesmo material que a de Alexandre, que era de cor cinza e motivos de surf. Além disso, ela afirmou que foram reproduzidos à exatidão a distância da janela do quarto e a altura que ela ficava do chão do apartamento do casal, no Edificio London. Foi colocado pó de grafite na tela.

Testes

No 1º teste, foi pedido ao modelo que observasse fora da janela e ele passou a cabeça pela rede. As marcas deixadas, segundo as fotos, era imcompatíveis às da camiseta de Alexandre. Na segunda tentativa, conforme a perita, ele colocou a cabeça, um dos braços e parte do tronco. Ainda assim, os desenhos eram diferentes entre as peças.
O 3º teste foi realizado conforme a hipótese levantada pela polícia e pelo IC: a de que o acusado teria colocado os dois braços para fora segurando a filha. "Confirmamos que a única hipótese possível para deixar as marcas de poeira encontradas na camiseta de Alexandre é de que a pessoa teria que projetar o corpo com força na tela e com peso nas mãos. As marcas do último teste foram idênticas, totalmente compatíveis", afirmou.

Fralda e reagentes

A perita afirmou que recolheu uma fralda do apartamento do casal porque era o único item de molho em meio a um monte de roupa suja. "Havia uma falta de cuidado com a higiene no apartamento. Diversos brinquedos e roupas estavam espalhados e havia até um absorvente usado no chão", disse Rosângela, provocando a irritação de Anna Carolina Jatobá na cadeira. "Tanto que chamou atenção a fralda sendo lavada", disse.
As perguntas feitas por Cembranelli e as repostas dadas pela perita foram com o intuito de provar que Isabella foi ferida fora do apartamento e a fralda usada para estancar o sangue. Rosângela afirmou que todos os exames possíveis foram realizados na fralda, mas, em razão da quantidade ínfima de material presente, só foi possível detectar que ali havia sangue humano, mas não a quem ele pertencia.
Ela rebateu as acusações já feitas em outras ocasiões pela defesa do casal de que os reagentes usados podem dar "falso positivo" para alimentos e tintas. "O Bluestar (reagente) é de orientação. Ele pode, sim, reagir a ferro, tintas e alimentos, como alho. Um pouco vai da experiência do perito em saber onde aplicá-lo", explicou. Além dele, ela disse que também foi usado o reagente Hexagon, que, se aplicado junto ao Bluestar, não deixa dúvidas. "Ele é um complemento e dá a certeza de que ali havia sangue humano". Diversas fotos da fralda contidas no processo foram mostradas ao jurados.
Cembranelli também se precaveu em relação a outro ponto que o advogado do casal poderia explorar: o fato da boneca usada na reconstituição do crime não ter sido jogada pela janela. A perita defendeu que nunca foi utilizado um manequim para simular uma queda. "O corpo humano é diferente da boneca. Cada vez que eu jogasse o manequim, ele caíria de um jeito diferente e isso não me provaria absolutamente nada", afirmou. Sobre a tela, a perita explicou que o objetivo da resconstituição foi verificar a viabilidade das versões da polícia e dos réus. "Os testes com a tela original foram feitos no IC. Ali [no apartamento] foi uma representação. Nem o autor do crime conseguiria cortar a tela igual".

Réus

Durante as explicações, Rosângela mostrava aos jurados, sob a orientação do promotor do caso, fotos dos objetos a que se referia, como a fralda e as manchas de sangue encontradas no apartamento. Imagens dos testes com a tela de proteção, feitas no IC, foram mostradas em um telão. Alexandre Nardoni, que estava sentado à direita do telão, esticou-se para ver a apresentação, acompanhando atentamente cada palavra de Rosângela. O réu chamou duas vezes o assistente de defesa durante o depoimento da perita.
Já Anna Carolina Jatobá, sentada ao lado de Alexandre, permaneceu a maior parte do tempo recostada na cadeira. Quando Rosângela Monteiro afirmou que as marcas da tela de proteção na camiseta de Alexandre só poderiam ter sido causadas por alguém que tivesse inclinado na janela para jogar a menina, Anna Jatobá encarou a perita.
Alexandre veste camiseta verde clara, calça jeans, tênis preto e óculos de grau. Anna Carolina está de blusa rosa claro, calça jeans preta e sapatilhas lilás, com as unhas pintadas de branco. A ré está com o cabelo preso em um rabo de cavalo.

Último Segundo

Estadão.com.br

Um comentário:

  1. isto que eles fizerao nao tem voltar mais. pois o que eles fizerao e um tipo de incopetemcia. Nardone perece ser um tipo de pai que nao goxtava da menina por que a menina e uma doce de pessoa. a isabela nao pedio pra nascer a menina nasceu por um puro erro deles por ter colocado a menina no mundo e ter acabado com a vida dela tão cedo...

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