sábado, 27 de março de 2010

Após condenação, perita do caso Isabella fala da ‘sensação de dever cumprido’


'A justiça foi feita', afirmou Rosângela Monteiro em entrevista ao G1.
Chamada de 'arrogante' pela defesa, ela disse que atitude foi 'desespero'
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Depois de enfrentar uma sabatina que durou mais de cinco horas durante seu depoimento no Fórum de Santana (Zona Norte), a perita Rosângela Monteiro afirmou neste sábado (27) que a condenação de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá lhe deu a “sensação de dever cumprido”.
“Minha sensação é de dever cumprido, de satisfação, de justiça sendo feita”, afirmou a perita, que acompanhou a divulgação da sentença no próprio fórum. “Eu estava muito confiante. A condenação veio coroar um trabalho de dois anos.”
Rosângela foi a representante do Instituto de Criminalística responsável pela perícia no caso Isabella e foi ela quem explicou no julgamento como todo o trabalho foi realizado e as provas, levantadas. Como não havia testemunhas do crime, a denúncia era toda baseada em provas periciais. E, portanto, Rosângela foi também o principal alvo da defesa do casal. Seu testemunho foi mais longo de todos.
O advogado Roberto Podval, durante sua explanação no tribunal, colocou o trabalho da perícia em dúvida, apontou eventuais falhas e ainda ironizou Rosângela, chamando-a de “gênia” e de “a pessoa mais esperada, ilustre, a mais culta”. Ele ainda se referiu à perita como arrogante.
“Não tem a menor importância”, disse a perita. “Isso demonstra desespero. Quando não têm argumentos, atacam pessoalmente. Não sou 'gênia', sou competente e consciente do trabalho que desenvolvo há 30 anos na área forense – primeiro no IML e agora no IC.”
No período de uma hora no tribunal, Rosângela chegou a responder a mais de 50 questões feitas pela defesa. Mas ela disse que já era esperado. “O laudo é uma tese que eu tenho de defender. E eu defendo mesmo, como uma leoa defende seus filhotes. Tinha convicção absoluta do bom trabalho realizado, e o questionamento da defesa era esperado. Minha grande preocupação era ser didática”, afirmou.
“Posso ficar [falando sobre a perícia] 12 horas, 24 horas, tenho disposição para discutir. Meu depoimento foi longo, pois o caso era todinho baseado em provas periciais. Mas foi tranquilo.”
Quanto à grande repercussão do caso e, consequentemente, do trabalho realizado pelo Instituto de Criminalística, Rosângela afirmou que foi “fantástico”. “Nosso trabalho sempre foi de bastidor, muita gente nem sabia que existia no Brasil.” Ela deve passar o restante do sábado e o domingo dando entrevistas já agendadas, mas afirmou que “na segunda-feira volta tudo ao normal”.


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