domingo, 31 de maio de 2009

"Cachorreiras" lutam para manter abrigo para cães abandonados


Cães são colocados para doação, mas não há interessados.‘Há preconceito contra vira-lata e cachorro preto’, dizem

Vida de ‘cachorreira’ começa recolhendo bichano abandonado na rua – provavelmente estropiado, com aquela cara ‘pidoncha’ e miado agudo e lamentoso - e segue repleta de dificuldades, principalmente as financeiras. Obviamente que a primeira parte da frase não vale como regra, mas, coincidentemente, as duas ‘cachorreiras’ com quem o G1 conversou começaram suas respectivas ‘criações’ recolhendo um gato na rua.
Atualmente, a professora aposentada Vilma Aranaga, de 54 anos e há seis recolhendo animais de rua, tem 166 cachorros, sendo quatro filhotes, e 24 gatos – estes criados dentro da casa em uma chácara de oito mil metros quatros na cidade de São Roque, em São Paulo.
E a jornalista Renata Bernardis, de 35 anos e que começou aos 8 recolhendo um gatinho, contabiliza 80 cães recolhidos e soltos em um sítio de quatro alqueires em Mairiporã, na Grande São Paulo. E só não tem mais porque a mãe e a tia a proibiram de recolher mais animais.
Ah, cabe a explicação: ‘cachorreira(o)’ é como as pessoas que recolhem e dão abrigo para cães abandonados pelas ruas e praças das cidades se chamam ou se reconhecem. E depois do primeiro são tomadas por uma espécie de febre em querer ajudar estes pobres seres. E não param mais.
Há 10 anos, Vilma retornou do Japão ao lado do marido. Lá, tentou a vida como dekassegui, como são chamados os imigrantes pelos japoneses. Certo dia, ao caminhar pelas ruas do Butantã, na Zona Oeste de São Paulo, deparou-se com um gato abandonado. De repente, foi o começo de tudo. “Ele estava todo queimado de cigarro e abandonado em um campo de futebol. E tinha hidrocefalia (água no cérebro). Por causa disso, o veterinário disse que ele morreria logo. Cuidei dele e não apresentou mais o problema. A Mel morreu há uns três meses”, contou Vilma.
No caso de Renata, o amor pelos bichos foi herança da avó, que, quando ela nem era nascida, já recolhia gatos e levava para casa no Centro de São Paulo. Recolheu tantos que os vizinhos começaram a reclamar. “Daí meus avós decidiram ir embora com os gatos e foram morar nesse sítio, em Mairiporã. Lá, tinha macaco, cavalo, pato, papagaio, tucano. Cresci no meio dos bichos.”
Aos 7 anos, Renata ganhou patos. “Eu dava uma volta com os patos pelas ruas do Paraíso (região da Paulista). Eles seguem as pessoas. Para mim, era normal aquilo”, relata, divertida. E aos 8, claro, recolheu o seu primeiro gato. “Era um gato preto que miava muito de fome”, recorda.

Preconceito

A partir do primeiro, do segundo, do terceiro e outros cães, ganharam fama de ‘cachorreiras’ e as pessoas começaram a abandonar os cachorros em suas portas. Quase todos legítimos vira-latas, menosprezados em tempos de bichinhos adquiridos e tratados em pet shops e de raças exóticas da moda.
Depois de todos os cuidados com o animal, como limpeza, vacina e medicação, Vilma costuma colocar os cachorros do seu abrigo para adoção, mas esbarra no preconceito das pessoas. “Todos estão para adoção, mas há muito preconceito com vira-lata. E com cachorro preto então nem se fala”, explica, inconformada.
Depois de uma má experiência, Renata desistiu de doar os seus “peludinhos”.
“Uma médica me fez desgostar de adoção. Ela sumiu com o cachorro. Depois da adoção, sempre faço um acompanhamento. Eu liguei e ela me disse que deu para a faxineira. Falei com a faxineira e ela me disse que deixou cair na mudança. Daí eu desisti. Agora, só para amigos”, revela.
Mas antes da dificuldade de se encontrar alguém disposto a adotar um cachorro vem a de mantê-los. São despesas com alimentação, veterinário e castração, para evitar que se reproduzam descontroladamente. Para alimentar os seus 166 cães, por exemplo, Vilma gasta três sacos de 25 kg por dia. No final do mês, são cerca de R$ 3.500,00. “Se precisar tirar do orçamento de casa, eu tiro, mas não deixo faltar para eles”, afirma, orgulhosa.

Como ajudar

Para mantê-los, Vilma conta com doações. E para que os interessados em ajudá-la neste trabalho possam fazer contato, ela disponibiliza um endereço de e-mail (vilma_aranaga@yahoo.com.br ) e até mantém uma página do abrigo para cães no site de relacionamento orkut.
Renata, por sua vez, recebe ajuda de um distribuidor de ração, além do apoio de veterinários amigos, mas as despesas entre caseiro do sítio, remédios e veterinário, consomem entre R$ 3 mil a R$ 4 mil. E, claro, se desdobra em várias para manter o bem-estar dos cães. “Vou buscar a ração. Acompanho a castração. Levo no veterinário. Mas estou tendo de me conter para não recolher mais animais por uma questão financeira”, lamenta.
Apesar das dificuldades, em momento algum as ‘cachorreiras’ esboçam qualquer suspiro de arrependimento. “Por que eu gosto tanto de animais? Gente, você dá, dá, dá, e de vez em quando recebe algo em troca. E mesmo assim vem uma lambada de vez em quando. Cachorro, você dá, já recebe”, justifica Vilma.
O argumento é parecido com o de Renata. “É uma coisa meio poética. Bicho é mil vezes melhor que ser humano. Não roubam, não matam, não estupram. Não existe animal ruim; existem pessoas que os animais em seres agressivos”, explica. Em resumo, vida de ‘cachorreira’ não é fácil, mas vale a pena. Pois, se não há reconhecimento por parte das pessoas, os cães e gatos, com certeza, agradecem. E muito.
Fonte: G1

11 comentários:

  1. OS ANIMAIS ESTÃO SENDO TRATADOS COMO SE FOSSEM OBJETOS DE USO QUE AO TERMINO DO USO SÃO JOGADOS FORA E NINGUEM OS APROVEITA.
    SABEM PORQUE? É PORQUE ELES NÃO SÃO RECICLAVEIS ELES NÃO PODEM SER RECICLADOS.

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  2. NÃO SÓ OS ANIMAIS MAIS TAMBEM OS IDOSOS SÃO TRATADOS COMO OBJETOS SEM VALOR.
    SEM DIREITO AO AR PURO SEM DIREITO AO SOL SEM DIREITO A SOMBRA
    SEM O DIREITO DE SER
    OS IDOSOS E OS ANIMAIS ESTÃO SENDO TRATADOS COMO CRIMINOSOS.

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  3. OS ANIMAIS NASCEM INOCENTES E MORREM INOCENTES
    POIS NÃO HÁ CONDENAÇÃO PARA ELES
    SOBRE ELES ESTA AS MÃOS DE DEUS O NOSSO PAI SELESTE. NÃO OS MALTRATEM EM NOME DO SEU CRIADOR.

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  4. por favor tenho um cachorro de porte grande da raça hotvaile mas hoje não tenho espaço nem condiçoes financeiras para mantelo gostaria de pedir avcs ajuda para concegir um novo lar para ele pois sei que com a sua ajuda vamos concegir pessoas que cuidarao dele de verdade dando amor e carinho por favor me aajudem nestaquestão

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  5. NÃO ABANDONE SEUS ANIMAIS NAS RUAS PORQUE ELES SOFREM MUITO ELES SÃO MUITO MALTRATADOS
    ELS FICAM PROCURANDO OS DONOS TODOS OS DIAS SEM OS ENCONTRAREM SE COLOQUEM NO LUGAR DELES
    NO LARGO DO BUDEGÃO TEM UM LUGAR QUE CUIDA DE CACHORROS FICA EM SANTA CRUZ RJ PROCUREM SE ENFORMAR OS VETERINARIOS ATENDE GRATUITAMENTE

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  6. NO ZOONOZE QUE FICA NO LARGO DO BODEGÃO EM SANTA CRUZ RJ
    TEM VETERINARIO QUE ATENDEM DE GRAÇA
    E COM FORME FOR AS CONDIÇÕES ELES FICAM COM O
    ANIMAL.

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  7. NO ZOONOZE QUE FICA NO LARGO DO BUDEGÃO EM SANTA CRUZ RJ
    OS ANIMAIS TEM ATENDIMENTO COM VETERINARIO DE GRAÇA
    COM FORME FOR A SITUAÇÃO ELES FICÃO COM OS ANIMAIS PARA SEREM ADOTADOS

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  8. CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES PAULO DARCOSO
    FILHO
    ESTA LOCALIZADO NA ZONA OESTE DA CIDADE RJ
    É O UNICO DO MONICIPIO
    LOCALIZAÇÃO: LARGO DO BODEGÃO NUMERO 150
    SANTA CRUZ.
    TEM ATENDIMENTO COM VETERINARIO GRATIS
    FICÃO COM ANIMAIS PARA ADOÇÃO.

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  9. ainda acho que o mundo não e tão podre quanto parece pois existem pessoas como estas que estão aqui.....que gostaõ dos animais....se todos pesassem que ale naquele animal de rua jogado ,com fome,sede tem uma vidinha que depende de nós..os politicos deveriam fazer uma lei para quem judiar dos animas..como matar,serem julgados.....

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  10. oi eu peço ajuda a vocÊs cachorreiras que tenho um cachorro que amo muito mas não tenho condições financeiras de cuidar dele e não quero abandona-lo contato :(85) 96287853

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  11. eu peço pelo amor de deus me ajudar a continuar cuidando dos meus 03 lhasa apso fui assaltada em 2006 sofro de depressão e meus caes por conta das pulgas estao rasganto sua pele eu tento tirar com as maõs ja tentei de tudo e nao tive sucesso pois minha casa é muita velha alguém pode me ajudar eu não saberia viver sem eles preciso de ajuda para eles
    brechodasgrifes2011@hotmail.com

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