Projeto desperta em professores o interesse pela dança, um elemento a mais a ser usado em classe
Em 1996, com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), o ensino de Arte nas quatro linguagens - música, teatro, dança e artes visuais - passou a ser obrigatório na Educação Básica. Raros, porém, são os professores que dominam essa pluralidade de linguagens. Segundo o Censo da Educação Superior, dos 111 cursos que formam professores na área, apenas 39 oferecem alguma formação em dança.
Prelúdio
"Sou completamente analfabeta nesse campo", diz Eliane Pincov, professora de Arte na capital paulista. A autodefinição poderia ser seguida por um coro de educadores que aguardavam o evento. A cena ocorre na São Paulo Companhia de Dança, criada em 2008 e que periodicamente realiza o encontro Corpo a Corpo com o Professor, gratuito. O nome não é mera força de expressão: a descoberta do corpo é o foco principal.
Primeiro ato - Sobrancelhas para o alto, transformação do espaço
A diretora-adjunta da companhia, Inês Bogéa, pede aos presentes que massageiem o próprio corpo. "Observe se o seu ombro virou um brinquinho, colado na orelha, ou se está no lugar", diz, brincando. "Muito bem! Agora, bom dia!" O grupo ensaia um olhar diferente sobre a dança. "Um espetáculo nada mais é do que a interação entre pessoas mediada por imagens", provoca Inês. As primeiras sobrancelhas se levantam. "O ato de dançar é transformar o espaço interior e o que rodeia o seu corpo. O que se quer é reconhecer suas potencialidades." Fica claro como será o encontro: a descoberta do corpo em movimento é fonte de prazer. O grupo deixa-se levar.
Segundo ato - O que há por trás do show
O tema desse encontro é a caixa-preta, termo que, no contexto artístico, se refere ao palco e aos bastidores. O objetivo é fazer com que os participantes explorem a expressão corporal, o que poderão também propor aos alunos. Para isso, diferentes recursos são usados, entre eles vídeos feitos pela companhia. No fim, cada professor leva uma cópia do material para usar nas aulas. "Tinha uma ideia quase mítica sobre os espetáculos", diz Jovana de Souza, que leciona na rede estadual de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo. "Agora sei que eles são resultado do trabalho de muitas pessoas. Não é mágica." Não só, pelo menos.
Grand finale
Chega o momento mais esperado. No escuro e em grupos, os professores seguem os passos da diretora artística da companhia, Iracity Cardoso. Acendem-se luzes de palco. Estimulados, os educadores usam o corpo para desenhar no espaço, exploram fachos de luz, constroem gestos. Subitamente faz-se... música, e o elemento dá novo ritmo à dança. É uma situação nova para quase todos - a revelação de uma natureza diferente de movimento, de linguagem. No rosto de cada um, o prazer de explorar e aprender. "No início, fiquei acanhada, assim como ficariam os meus alunos. Mas, aos poucos, mergulhei nesse mundo e dançar passou a fazer sentido", comenta Jovana. "É o que pretendo fazer como educadora: mostrar às minhas turmas como é rico e prazeroso esse universo."
Em 1996, com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), o ensino de Arte nas quatro linguagens - música, teatro, dança e artes visuais - passou a ser obrigatório na Educação Básica. Raros, porém, são os professores que dominam essa pluralidade de linguagens. Segundo o Censo da Educação Superior, dos 111 cursos que formam professores na área, apenas 39 oferecem alguma formação em dança.
Prelúdio
"Sou completamente analfabeta nesse campo", diz Eliane Pincov, professora de Arte na capital paulista. A autodefinição poderia ser seguida por um coro de educadores que aguardavam o evento. A cena ocorre na São Paulo Companhia de Dança, criada em 2008 e que periodicamente realiza o encontro Corpo a Corpo com o Professor, gratuito. O nome não é mera força de expressão: a descoberta do corpo é o foco principal.
Primeiro ato - Sobrancelhas para o alto, transformação do espaço
A diretora-adjunta da companhia, Inês Bogéa, pede aos presentes que massageiem o próprio corpo. "Observe se o seu ombro virou um brinquinho, colado na orelha, ou se está no lugar", diz, brincando. "Muito bem! Agora, bom dia!" O grupo ensaia um olhar diferente sobre a dança. "Um espetáculo nada mais é do que a interação entre pessoas mediada por imagens", provoca Inês. As primeiras sobrancelhas se levantam. "O ato de dançar é transformar o espaço interior e o que rodeia o seu corpo. O que se quer é reconhecer suas potencialidades." Fica claro como será o encontro: a descoberta do corpo em movimento é fonte de prazer. O grupo deixa-se levar.
Segundo ato - O que há por trás do show
O tema desse encontro é a caixa-preta, termo que, no contexto artístico, se refere ao palco e aos bastidores. O objetivo é fazer com que os participantes explorem a expressão corporal, o que poderão também propor aos alunos. Para isso, diferentes recursos são usados, entre eles vídeos feitos pela companhia. No fim, cada professor leva uma cópia do material para usar nas aulas. "Tinha uma ideia quase mítica sobre os espetáculos", diz Jovana de Souza, que leciona na rede estadual de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo. "Agora sei que eles são resultado do trabalho de muitas pessoas. Não é mágica." Não só, pelo menos.
Grand finale
Chega o momento mais esperado. No escuro e em grupos, os professores seguem os passos da diretora artística da companhia, Iracity Cardoso. Acendem-se luzes de palco. Estimulados, os educadores usam o corpo para desenhar no espaço, exploram fachos de luz, constroem gestos. Subitamente faz-se... música, e o elemento dá novo ritmo à dança. É uma situação nova para quase todos - a revelação de uma natureza diferente de movimento, de linguagem. No rosto de cada um, o prazer de explorar e aprender. "No início, fiquei acanhada, assim como ficariam os meus alunos. Mas, aos poucos, mergulhei nesse mundo e dançar passou a fazer sentido", comenta Jovana. "É o que pretendo fazer como educadora: mostrar às minhas turmas como é rico e prazeroso esse universo."
Thais Gurgel
NOVA ESCOLA
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