Uma pesquisa intitulada “Vítimas da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes: Indicadores de Risco, Vulnerabilidade e Proteção”, apontou que 60,9% das vítimas de exploração sexual já pensaram em suicídio, sendo que 58,1% efetivamente já tentaram tirar a própria vida.
Este percentual é mais de dez vezes superior ao relatado por jovens em situação de risco no Brasil – cerca de 6%. O estudo foi realizado no Pará e em sete Estados: Sergipe, Rio Grande do Norte, Piauí, Bahia, São Paulo, Mato Grosso e Rio Grande do Sul, com crianças e adolescentes de 10 a 19 anos, abordando questões como saúde, drogas, suicídio, violência e sexualidade.
Como justificativa para este quadro, os jovens apontaram problemas familiares e a falta de sentido para viver. Dos que declararam já ter tentado suicídio, 20% o fizeram em razão da violência sexual sofrida. O Pará foi o único Estado da região Norte a participar da pesquisa e soma 11,6% de jovens que enfrentam este problema.
Outro dado alarmante é que cerca de 30% das participantes meninas já passaram por pelo menos um episódio de gravidez. Da mostra total, 17% já perderam um ou mais filhos em abortos naturais (6%) ou provocados (11%). Apenas 5,8% delas vivem com seus filhos.
A sede do Pró-Paz, que atende vítimas de abuso sexual e funciona dentro da maternidade Santa Casa de Misericórdia, já registrou mais de 4 mil casos comprovados de abuso sexual em crianças e adolescentes desde a sua fundação, no ano de 2006. E só em julho deste ano, o Pró-Paz contabilizou cerca de 500. Vale ressaltar que estes números refletem os casos que passam pelo programa que acolhe as pequenas vítimas, sem contar com vários outros que não são notificados.
A amostra foi composta na maioria por meninas, fato que expressa o predomínio delas na situação de exploração sexual e no atendimento às vítimas. Os meninos vítimas de qualquer tipo de violência sexual passam por maiores dificuldades de diagnóstico e consequente atendimento.
Do total de crianças e adolescente pesquisados no Brasil, apenas 29 % demonstraram preocupação por ser contaminado por HIV/AIDS, sendo que a maioria – 86,8 % - declarou saber o que é a doença e 41,5% sabem onde é possível fazer os testes para diagnosticá-la.
PROSTITUIÇÃO
Um terço das participantes da pesquisa declarou ter parado de estudar em decorrência da gravidez e 21,7% delas afirmaram que foram expulsas de casa. Para ter acesso à droga, 36% afirmaram “transar” em troca de dinheiro. As drogas mais consumidas por esses jovens foram álcool, 88% e cigarro, 63%. Dentre as drogas ilícitas a maconha aparece com 32% de consumo, seguida por inalantes, 32% (cola e “loló”, por exemplo) e remédios, com 23%.
As crianças e adolescentes vítimas estudadas tiveram o primeiro ato sexual mais cedo, com média de 12,7 anos. O percentual de participantes que declara a exploração com ganhos financeiros aumentou de 60% no passado para 65% no presente. Esta constatação é preocupante, pois indica que, mesmo estando em instituições de assistência, essas crianças e adolescentes continuam se envolvendo na exploração sexual.
A pesquisa que tem iniciativa da Childhood Brasil, organização fundada pela rainha Sílvia, da Suécia e que atua na proteção da infância e adolescência contra a violência sexual atenta para aspectos mais significativos revelados pelo estudo, como os índices elevados daqueles que já tentaram ou pensaram em suicídio, muito acima da média entre os demais jovens. Esta foi a primeira vez que uma pesquisa no Brasil avalia o contexto de risco, vulnerabilidade e os indicadores de proteção para meninas e meninos envolvidos em situações de exploração sexual.
Diário do Pará
Este percentual é mais de dez vezes superior ao relatado por jovens em situação de risco no Brasil – cerca de 6%. O estudo foi realizado no Pará e em sete Estados: Sergipe, Rio Grande do Norte, Piauí, Bahia, São Paulo, Mato Grosso e Rio Grande do Sul, com crianças e adolescentes de 10 a 19 anos, abordando questões como saúde, drogas, suicídio, violência e sexualidade.
Como justificativa para este quadro, os jovens apontaram problemas familiares e a falta de sentido para viver. Dos que declararam já ter tentado suicídio, 20% o fizeram em razão da violência sexual sofrida. O Pará foi o único Estado da região Norte a participar da pesquisa e soma 11,6% de jovens que enfrentam este problema.
Outro dado alarmante é que cerca de 30% das participantes meninas já passaram por pelo menos um episódio de gravidez. Da mostra total, 17% já perderam um ou mais filhos em abortos naturais (6%) ou provocados (11%). Apenas 5,8% delas vivem com seus filhos.
A sede do Pró-Paz, que atende vítimas de abuso sexual e funciona dentro da maternidade Santa Casa de Misericórdia, já registrou mais de 4 mil casos comprovados de abuso sexual em crianças e adolescentes desde a sua fundação, no ano de 2006. E só em julho deste ano, o Pró-Paz contabilizou cerca de 500. Vale ressaltar que estes números refletem os casos que passam pelo programa que acolhe as pequenas vítimas, sem contar com vários outros que não são notificados.
A amostra foi composta na maioria por meninas, fato que expressa o predomínio delas na situação de exploração sexual e no atendimento às vítimas. Os meninos vítimas de qualquer tipo de violência sexual passam por maiores dificuldades de diagnóstico e consequente atendimento.
Do total de crianças e adolescente pesquisados no Brasil, apenas 29 % demonstraram preocupação por ser contaminado por HIV/AIDS, sendo que a maioria – 86,8 % - declarou saber o que é a doença e 41,5% sabem onde é possível fazer os testes para diagnosticá-la.
PROSTITUIÇÃO
Um terço das participantes da pesquisa declarou ter parado de estudar em decorrência da gravidez e 21,7% delas afirmaram que foram expulsas de casa. Para ter acesso à droga, 36% afirmaram “transar” em troca de dinheiro. As drogas mais consumidas por esses jovens foram álcool, 88% e cigarro, 63%. Dentre as drogas ilícitas a maconha aparece com 32% de consumo, seguida por inalantes, 32% (cola e “loló”, por exemplo) e remédios, com 23%.
As crianças e adolescentes vítimas estudadas tiveram o primeiro ato sexual mais cedo, com média de 12,7 anos. O percentual de participantes que declara a exploração com ganhos financeiros aumentou de 60% no passado para 65% no presente. Esta constatação é preocupante, pois indica que, mesmo estando em instituições de assistência, essas crianças e adolescentes continuam se envolvendo na exploração sexual.
A pesquisa que tem iniciativa da Childhood Brasil, organização fundada pela rainha Sílvia, da Suécia e que atua na proteção da infância e adolescência contra a violência sexual atenta para aspectos mais significativos revelados pelo estudo, como os índices elevados daqueles que já tentaram ou pensaram em suicídio, muito acima da média entre os demais jovens. Esta foi a primeira vez que uma pesquisa no Brasil avalia o contexto de risco, vulnerabilidade e os indicadores de proteção para meninas e meninos envolvidos em situações de exploração sexual.
Diário do Pará
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